***s2***Meus foguetinhos***s2***

Tenho por objetivo,além de registrar doces lembranças,dividir experiências e compartilhar alegrias com mamães corujas como eu.

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Fiz um teste uma vez que me definiu como mãe superprotetora que vê perigo em tudo e que gosta de cuidar de perto. Sou a mãe mais orgulhosa deste mundo! Tenho 32 anos, sou Engenheira civil, profissão que amo de paixão. Não sou dona de casa por mais que tente...mas sou mãe de dois molequinhos que dão um trabalhão porém compensam de tanto orgulho e alegrias.

quinta-feira, maio 22, 2008

Risos e mimos


Os filhos da gente dizem certas coisas que é pra ficar gravado pro resto da vida na memória da gente...emociona...impressiona...nos faz rir...
Fui ao banco com ele que faz questão de pegar o dinheiro no caixa eletrônico pra mim. Dessa vez ele pegou a grana e falou alto: ‘Brigado moço!’ Falei: ‘ Tem moço aí não, meu filho.’ Ele insistiu: ‘Tem sim mãe! Ele fica lá dentro e empurra o dinheiro pra fora.’ O segurança até deu risada comigo.
Ele assiste tv e com umas coisas ele fica revoltado, com outras ele reflete...É um barato. E vem me contar tudo. Assistindo o filme de um menino que transformou o indiozinho de brinquedo em gente, o Gustavo ficou preocupado se ele não ia dar alguma coisa de comer pro homenzinho. (Responsabilidade que pra cuidar precisa dar alimento ele tem). Outro dia foi a Super Nany: ‘Mãe, tem que mandar esse menino pra selva!’ Falei: Pra selva? Uma criança?’ Ele: ‘O menino é um ferinha! Bate até na mãe!’ Depois: ‘Daqui a pouco ele vai parar é na cadeia.’ Eu dei risada.
A de hoje foi a seguinte: 'Mãe, quando eu crescer, eu vou trabalhar de consertar brinquedo e fazer caixa de sapato.' Eu: 'Ah é? Mas a mamãe quer que você trabalhe em alguma coisa que dá dinheiro.' Ele: 'Tá bom então, eu trabalho no banco.' Kkkkkkk...


Chegou o boletim da escola. Tô tão orgulhosa do meu filhote...


Olha o mimo que ganhei...




terça-feira, maio 20, 2008

Caminhos alternativos?





Sim, já tentei fazer bolo e doces pra fora, ovos de chocolate, caligrafia em convites...

Só dei com os burros n’água.

Coloquei anúncio numa gráfica muito procurada, nunca ninguém me ligou interessado. Os bolos, diziam que eram muito bonitos, muito gostosos, mas que tava caro, lá no mercado tal é tanto o quilo. Sei, aqueles bolos feitos de restos, de coisas vencidas ou quase perdidas, né? Com aquela decoração Parabéns pra você...
Bem que meu pai se encheu de querer trabalhar aqui e dizia: Ô povinho que gosta de chorar este tal de mineiro, viu! (E olha que ele é, mas foi criado em SP praticamente).
Os ovos fui fazer de sociedade. Entrei com o capital e uma colega com ajuda na mão-de-obra e a freguesia, pois conhece muita gente. A primeira rasteira levei na mão-de-obra, ela na ganância de não perder o dinheiro de um plantão de outra funcionária, foi trabalhar me deixando virar a noite pra dar conta das encomendas. Até aí a gente engole a seco, tenta entender...A segunda foi que ela vendeu a maioria das encomendas à prazo (ou seja, fiado) porque insistiu que se não fosse assim não venderíamos, pois as pessoas preferem então ir no mercado e pagar no cartão que têm 40 dias pra pagar. Só que o mercado recebe, né? Eu também comprei o material no cartão e depois dos 40 dias, cadê dinheiro pra pagar a fatura? Ela me deu a metade e eu avisei que a outra metade viria com juros no próximo mês. Disse que tava custoso de receber, que o povo sumiu... A terceira rasteira foi que logo em seguida quem sumiu foi ela. Eu mandava recado, mensagem no celular e nem satisfação eu tinha...Penso comigo que ela deve ter cismado que eu tava passando a perna nela porque nunca quitava o capital investido, daí ela me passou a perna primeiro. Caramba, eu passei tudo os gastos pra ela, ela foi às compras comigo inclusive. Será que não tem noção que o lucro/pré-labore que a gente devia dividir, era o produto da subtração do capital investido tirado do valor bruto vendido? Capaz que não, né? Ela fez Auxiliar de enfermagem, curso que tá até extinguindo (não deve ser à toa, agora tem que fazer Técnico), coitados dos pacientes se o doutor não deixar pronto nas guias as dosagens, naão sabe calcular...Maldade...mas pôxa nem uma satisfação!
Podem rir...e atirem a primeira pedra quem, de alguma forma, não confiou na amizade de alguém e se ferrou! É dos tombos que se aprende: sociedade, nunca mais. Minha mãe sempre diz que sou muito sincera nas amizades e ninguém corresponde com a mesma sinceridade comigo. O Anderson diz que sou muito ingênua. Acho que os dois têm razão, mas a gente aprende. Outra coisa que não faço de jeito nenhum é fazer negócio com pessoa gananciosa ao extremo. A menina chega arregalava os olhos pra dizer que precisava de dinheiro! Deus que me livre! Todo mundo precisa de dinheiro! Eu heim!
Depois de muito tempo me deparei com ela na porta da casa dos pais. Me cumprimentou e eu respondi. Também não vou curtir magoa pro resto da vida. Os pais dela foram aqueles que me socorreram com comida quando levei aquela rasteira da minha sogra. De repente ela descontou isso, né?
Gente, eu só não penduro uma placa aqui porque, na real: minha casa tá caindo aos pedaços. Me diz, quem compraria alimento numa quase tapera? Isso é psicológico. Por mais que seja injusto, a gente sempre liga aparência à higiene, fala a verdade? Eu sei o que tô dizendo quando afirmo que os bolos baratíssimos do mercado são feitos de restos, material vencido e quase estragando, minha irmã trabalhou lá na padaria e eu já fui vítima do pão-de-forma mofado ainda por vencer dalí 7 dias, lembram? Mas o mercado é grande, bonito, famoso...o povo coooompra! Menos eu que não sou besta mais. Pago mais caro, mas levo os industrializados de marca.
Nem placa de engenheira civil tenho coragem, afinal quem vai fazer uma casa com alguém que nem casa apresentável no nível da classe profissional, mora? É uma completa contradição. Eu devo dar o exemplo, não seguir aquele ditado aplicado ao meu pai: 'Casa de ferreiro o espeto é de pau.' Faz tão bonitinho na casa dos outros e aqui é emenda pra lá, improviso pra cá...
Eu tenho curso de Empreendedorismo, tenho por obrigação que conhecer a ISO 9001, isso te dá noção do que é necessário pra se ter sucesso num negócio. E pra agradar a clientela daqui minha gente: tem que ter aparência. Até no atendimento de um balcão! (Já falei sobre isso). Alguns não têm onde cair morto, mas querem ser chiques, entendeu? Isso pra não dizer, na lata, que são metiiidos...Comem porcaria, mas com classe!
Obs: Gente, eu sou pobre, mas sou limpinha viu. Meio bagunceira, não dada à Amélia nos afazeres domésticos, mas na lida com alimentos sou higiênica: Prendo cabelo, lavo as mãos, os utensílios, limpo a área de trabalho...Eu tenho noção, né? Inclusive acabei de dar uma geral hoje no fogão. Tá branquinho, limpei os botões, queimadores, os cantinhos mais difíceis...tá quase como novo. Porque eu sou assim, detesto, mas quando eu pego pra fazer, faço direito.

Alguns trabalhos

CALIGRAFIA


BOLOS


Todos desenhados à mão livre.
























A escadaria fui eu que fiz de isopor.


domingo, maio 18, 2008

Vou chorar. Desculpe, mas eu vou chorar...


Mais um pouquinho de chororô...Paciência comigo que eu preciso, please...


Minha vida tem sido um mar de stress. Ando uma pilha de nervos com tudo. Um sem-rumo na vida interminável. Este ano tem ocorrido centenas de coisas que tem me levado a lugar nenhum. Quando penso que estou no fundo do poço, vejo que esse poço não tem fundo. Tento arranjar um motivo de esperança que termina sempre numa desilusão sem fim.
Os anos vão passando e eu fico sonhando com o dia que estarei casada em minha casa, com um carro pra andar, uma empregada doméstica (porque definitivamente, não nasci pra faxinar, lavar e cozinhar, detesto e sei que não sou a única), acertando minha vida espiritual, viajando pra encontrar os parentes e amigos e enfim viver e ser feliz.
Ao contrário do que alguns possam imaginar, não fico reclamando esperando bater à minha porta. Já tentei muitas coisas. Eu corro atrás...Só não tenho conseguido alcançar. Tenho um motivo muito forte pra me desesperar quanto ao futuro e sinceramente não sei o que fazer, o que decidir...
Existem muitas filosofias de auto-ajuda que procuram nos fazer acreditar que milagres existem e que você pode mudar o mundo. Temos muitos exemplos disso, eu sei. Porém, apesar de viver ‘a meio metro do chão’ como disse minha prima (e é verdade, sonho muito), eu sou uma pessoa realista. Pode até ser possível que carrego uma pitada de pessimismo, mas prefiro e acho justo dizer que se trata de realismo mesmo.
Sou uma pessoa frustrada profissionalmente? Sou muito. Principalmente porque só tenho me deparado com pura discriminação. Às vezes penso que o erro foi meu. Quem me mandou me meter numa profissão puramente masculina? Porque não ouvi meu amigo que prometeu até me encaixar numa boa vaga se fizesse enfermagem? É...com certeza estaria exercendo a profissão e talvez dom não seja tudo...mas agora me veio à cabeça que uma menina que estudou o colegial comigo está afastada (praticamente aposentada) porque teve forte depressão, tendo crises de choro, em não agüentar ver pessoas morrerem sendo enfermeira...
Eu comecei a faculdade toda orgulhosa, me sentindo que ia ser uma pessoa importante, chamada até de doutora, imagina...na realidade nem médicos deveriam ser chamados de doutores à não ser os que fazem doutorado.
Engraçado lembrar que numa reunião de família nós, 3 primas da mesma idade, conversávamos sobre as faculdades e a Fabiana comentou que das 3, a que ia ganhar mais e se sair melhor na vida seria eu. Ironia da vida pois a única que exerce a profissão e tem uma vida mais ou menos estável é ela. Longe de ser inveja, pelamordiDeus, tudo o que ela é e conseguiu foi com muita luta e o próprio esforço. Nunca fomos tão achegadas, mas sinceramente a admiro muito. Merece muito mais.
Ainda não conversamos sobre os sentimentos da Lu neste respeito. Mas vejo que ela não se grilou muito em não estar trabalhando quanto eu. Quem sabe seja o fato de ter estudado Psicologia, ela mesma se resolva...rsrsrs. Pra mim, esta é uma decepção muito doída. Já tentei fazer terapia com uma terapeuta ocupacional, mas a mulher só ficava me dizendo que eu precisava equilibrar o triângulo da família com religiosidade e sei lá mais o quê. Ela no triângulo sem fim e eu no meu círculo vicioso...Isso não ia dar em nada. Eu preciso de alguém que me oriente no que devo fazer, como devo agir, não é só ficar me ouvindo e repetindo algo que não vou conseguir equilibrar sozinha! Eu queria uma psicóloga, mas minha prima explicou que cada um segue uma linha filosófica. E se eu cair na mão de uma que só fica: Ahã...Ahã...Eu gosto de falar, mas também gosto de ouvir, ora! Pelo SUS não vou poder escolher...
Sei também que sou muito repetitiva. Muita gente deve estar de saco cheio de ler minhas revoltas e frustrações, mas deve ser característica típica da depressão que isso envolve. Também tô aqui pra desabafar. Se alguém que possa me julgar se colocasse em meu lugar, onde o que eu mais queria na vida era ter a chance de concertar esse erro tremendo que foi ter engravidado antes de me casar, estar vivendo em algumas coisas ainda às custas dos pais e tentando sobreviver com um salário merreca de um pai de família que tem que sustentar praticamente duas casas...me pergunto se isso um dia terá uma solução...
E sabe porque me repito tanto? Porque só peço uma chance. Porque tô cansada de ver meu filho pedir um brinquedo melhor e eu não poder dar, não poder dar um lazer, porque tô cansada de arrastá-lo à pé, cansada de ter vontade de poder arcar com tratamento médico e dental decente, vontade de filmar e fotografar cada momento dele pra guardar pro resto da vida porque o tempo voa, porque tô cansada de vê-lo chorar pra assistir o Pica-pau e a tv não pegar direito de velha e a antena tá um caco, de vê-lo querer criar até formiga numa pet (com direito a colocar umas gotinhas de leite e farelo de pão pra coisinha, todo cuidadoso) quando um cachorrinho resolveria tudo pra lhe fazer companhia, cansada de sonhar com um casamento e com uma casa, de ver o Gustavo pedir que isso aconteça inclusive, e vê-lo sonhar com seu quartinho e, depois de tudo isso...poder ter outro filho. Porque afinal de contas: sou uma Engenheira!
Agradeço à Deus pelo que tenho? Claro que agradeço. Muito, meu Deus. Sei que não sou merecedora de nada. Tem gente morrendo soterrado do outro lado do mundo e morrendo de fome ou com doenças. Mas é principalmente pensando no Teu caminho que sofro tanto em querer todas estas coisas, que sei que não são erradas em se desejar, pois não penso em riquezas, mas com o básico pra se viver com decência e acertar minha condição nos Teus princípios. O Senhor conhece as intenções do meu coração...


P.S.: Dispenso até a empregada, se a casa for pequena e fácil de limpar, puder ter uma máquina de lavar boa e viver de marmitex. Bem, quem sabe com um antistress bem forte, eu crio disposição pra cozinhar todo dia...O problema é agüentar as críticas do Anderson, que acredita que comida boa é só a da mamãe...Deus, dai-me paciência e faz ele entender Teu princípio: ‘Por isso é que homem deixará seu pai e sua mãe, e tem de se apegar à sua esposa, e eles têm de tornar-se uma só carne.’ (Gênesis 2:24)

quinta-feira, maio 15, 2008

Situações e revoltas de uma mãe


Ando meio perdida em lidar com essas vergonhas que Gustavo vem apresentando. Cismou agora que não quer vestir 3 blusas. Caramba, maior frio aqui! Eu me lembro de vestir 4 blusas, 2 calças e 2 meias pra ir pra escola e ainda ficava disputando o raio de sol no pátio pra se aquecer!
Outro problema: entrou numa fase Cascão da vida. É uma verdadeira luta pra fazer o menino tomar banho. Tá difícil.
Chegou me falando todo empolgado que o pai dele apareceu na escola e colocou ele na Van. É porque a escola fica no meio do caminho pra ele ir almoçar, então tá passando por lá pra vê-lo na saída.
Anda empolgado também com o pé de feijão, que já virou uma mudinha. Todo o dia se impressiona com o tamanho da plantinha.
Tem me abraçado mais e me dá beijos dizendo que vai contar uma piada. Manda eu chegar o rosto perto pra contar e me tasca um beijo. Aí eu encho ele todo de beijos também.
Me contou que pediu a professora pra me dar de presente um colar, mas que ela só deu uma florzinha com imã pra todo mundo que ele achou muito feia. Que tinha coleguinha que queria dar pulseira, outros até moto e carro pra mãe. E ela deu só aquela florzinha...e completou: ‘Mas também com 2 real não dá pra comprar carro, né?’ Ainda bem que já tem noção. E qual não foi minha surpresa quando vi no caderno dele que ela mandou desenhar o que eles gostariam de dar pra mamãe e ele tinha desenhado uma flor, uma árvore e um carro azul. É meu filho, você já tem percebido a necessidade que isso têm feito...Só não sei onde vou colocar a árvore...rsrsrs.

Eu não sei mais o que faço. Tenho entregado currículos, pedido ajuda a conhecidos que possam passar por Q.I. (Quem Indica), mas tá difícil. A última se empolgou toda no início, mas nem foi minha falta de experiência que incomodou, foi saber que me formei em 2003. O tom de voz foi até de desânimo. Se o desespero tiver um limite, já passei longe dele.
Não dá nem pra trabalhar como autônoma. Além da discriminação por ser mulher, não tenho nem dinheiro pra isso...Dinheiro pra trabalhar? Sim, porque você tem que pagar pra trabalhar. Tenho que pagar alvará pra prefeitura. Isso piora se resolverem cobrar o do ano passado que não paguei. Embutir no preço do projeto? Sem condições. Ano passado me apareceu um fulano que queria uma planta de 40m². Pedi R$ 180,00 (o mínimo pra ser cobrado. Talvez eu tivesse que completar pra pagar o tal alvará, não ia ganhar nada), o homem enrolou, enrolou e sumiu. Com certeza achou quem fizesse por R$ 100,00. Inclusive aqueles que já tão velhos de praça, que nem precisa pegar projetinho assim, mas fazem tipo por caridade?
Não é de hoje que reclamo e já ouvia meus professores dizerem: Ô classe de profissionais mais desunidos e sem ética! É serio! Médicos aqui, por exemplo, todos cobram o mesmo valor pra consulta. A pessoa vai naquele que gosta, não pelo preço. Agora engenheiro...é um pisando no pescoço do outro: ‘Quanto te pediram? ... Ah, eu faço pra você por (tanto)!’
Iniciaram fazer uma Sociedade dos Engºs aqui pra ver se melhorava isso, mas largaram mão. Uns ex-colegas de faculdade meu falaram em tomar a iniciativa esse ano e até agora nada. O fato é que, com esse Boom da construção, as faculdades têm lotado e a concorrência vai ficar cada vez pior.
Agora porque não ouvi meu pai e amigo aqui e fiz Enfermagem? Podia ter a chance de emendar uma Medicina e hoje tava bonita como meu amigo: com 3 anos de formado, já pagou o Fies, reformou a casa da mãe, tem consultório, tá no maior carrão, ficou noivo e até carro zero pra mulher já deu. Vira tudo quanto é plantão, mas daqui a uns 5 anos vai tá tranqüilo. É a única profissão que realmente tem campo de trabalho, discriminação com mulher quase inexistente e que te dá o retorno de todo o esforço e dinheiro gasto no estudo.
E eu? Eu continuo aqui querendo ter a minha casa, um carrinho, me casar, pagar as contas...E os anos vão passando...

sábado, maio 10, 2008

As novidades


Cada dia mais eu percebo o quanto o tempo corre em relação à filhos. Hoje de manhã Gustavo me surpreendeu. Eu arrumei o café-da-manhã e ele começou a reclamar que não podia mais morder o pão porque o dente tava mole. Já faz um tempo que ele vem com esta história, desde do ano passado quando tava no pré e via os coleguinhas de janelinhas, mas era sempre alarme falso. Mesmo assim, fui conferir. E não é que o dentinho de baixo tá molinho mesmo!!!! Achei que tá cedo. Os dentinhos dele apontaram com 7 meses, a mesma idade que foi os meus, mas comecei a trocar já tava com quase 7 anos...e ele ainda vai fazer 6!!!!
Também hoje ele montou uma salada pra gente. Disse que é mestre-cuca, porque quem come da bolacha do Ratatouille, vira mestre-cuca. Ralou cenoura, picou alface, cebola, alho e queijo mussarela. Por falar em alho, o menino é doido por alho frito. Meu pai quem ensinou. Frita o dente inteiro e se deixar ele come um atrás do outro.
Por falar também no avô, Gustavo herdou o sangue pra gostar de mato. Devia viver na roça de tanto que gosta de explorar plantas e bichos. Isso sem falar em cuidar. Outro dia amarrou um cestinho de compras que tem aqui com um elástico, espalhou milho fazendo um caminho até ela e tava vigiando dizendo que ia pegar uma rolinha pra criar. Cismou agora que quer um passarinho (abre mão até do cachorro e jura que não vai me pedir mais bicho nenhum). Como eu disse que é caro, ele resolveu armar essa arapuca me falando que não ia precisar gastar dinheiro então. Não sei se saio correndo ou se encho de beijos...
E mais tarde, depois de eu dizer que elas comiam tudo a comida da galinha, ele desenhou numa folha uma rolinha e cortou com um traço (do mesmo jeito que fiz com as plaquinhas das regras aqui), colou num pau e fincou na terra, me explicando que era Proibido Rolinha. Coisa boa essa ingenuidade...Com coisa que os bichos vão entender e obedecer aquilo...
Até borboleta ele já prendeu num vidrinho e tava chorando pra ir no quintal buscar folha pra dar pra ela comer porque ia criar, eu posso? Soltei o bicho e expliquei pra ele que elas comem o mel das florzinhas, mas elas têm que ir lá. E que a coitada ia morrer ali no vidro sem ar.
Agora estamos cultivando 4 feijões num vidrinho com algodão, porque ele quer plantar um pé de feijão pra não ter que comprar feijão. Se continuar assim, seremos auto-suficientes e viveremos num sistema socialista, onde produziremos tudo que consumimos..hehehe.
Esse último findi e início de semana ele não resistiu à mudança de tempo e teve muita tosse. Evoluiu pra catarreira e teve uma leve febre. No começo o Anderson pirou porque disse que eu não saia da frente do computador e não tava nem aí pro menino. Lógico! Ele tava tossindo bastante, mas tava pulando, correndo e aproveitando toda oportunidade pra se embrenhar pelo quintal. Eu disse que mãe sabe quando se preocupar, ainda mais quando já se passou por trussentas vezes por isso quando menino tinha aquela adenóide e eu vivia no pronto-socorro com ele. Porém o apavorado ficava me enchendo o saco, mandando eu dar um jeito toda vez que o menino tossia. Acho que ele pensa que mãe tira com a mão, só pode. Eu dei xarope, mas o danado cospe tudo no chão. Fiz açúcar queimado e ele custava tomar, mas só assim começou a diminuir. Quando ele ficou febril, procurando meu colo, aí sim eu falei pra ele que era hora de preocupar. A vantagem enfim de se ter um filho foguete. Dei remédio e fiquei embrulhada com ele num cobertor num colchão na sala. Só assim pra eu ganhar um monte de abraços e beijos...ficou todo carinhoso, doentinho.
Por outro lado tem gritado muito e voltado a me xingar. Ainda não quer saber de comer comida, mas com a chantagem, depois de muito choro, come. E começou a brincar com fogo escondido. Não sei mais onde escondo os fósforos e álcool, porque em lugares altos ele arrasta as cadeiras e sobe em tudo e alcança. Essa semana chegou perto de mim com um cheiro que custei decifrar o que era. Pensei que fosse gasolina, até ele me dizer que era querosene que ele achou na churrasqueira e tava pondo fogo no quintal.
É por essas e outras que odeio essa convivência aqui em casa. Porque tudo o que é pra se esconder, o povo alí no fundo não tá nem aí e larga em qualquer lugar. Não é com o filho dela mesmo...mas um dia pode ser, né? De forma alguma que eu deseje tal coisa pro meu sobrinho, mas que a gente fica com uma raiva danada, ah isso fica.



Quinta ele voltou a ir de van pra escola. Relutou muito quando decidimos. Fiz de um tudo pra ele me contar porque, mas era medo dos meninos grandes que ficavam mostrando a língua pra ele na época da escolinha. Argumentei tudo e nada convencia. Até que disse que ele não é mais pequeno, que já menino grande também. Ficou pensativo e foi numa boa.
Agora, não come de jeito nenhum a merenda da escola e nem permite levar lanche pra comer lá. Deixou até de comer uma bisnaguinha e não terminar na van porque tem vergonha de comer na frente dos outros. O quê que eu faço com isso gente? Imagina quando tiver uns 13/15 anos! Não, porque só com essa idade que eu comecei com essas besteiras de ter vergonha de comer, vergonha dos meus bracinhos fininhos, de mostrar o pé...Mas engraçado que se der dinheiro pra ele comprar pastel e outras besteirinhas na escola, ele come.
E por falar em pé...No feriado do mês passado fomos ao circo. A primeira vez que ele assiste à um espetáculo. Ficou todo encantado. Respondia com o público as perguntas dos artistas, vibrava, acompanhava fascinado às atrações. A gente fica com um sentimento tão bom, uma satisfação pela alegria deles que não dá nem pra explicar. Pediu de um tudo que via. Ontem comprei daquelas bolonas coloridas na 1 real. Prometi comprar depois, pois ia pagar sabe Deus quanto, quando eles tavam cobrando 2,50 só por uma bexiga com gás! Um palhaço anãozinho chegou oferecendo um pirulitão pra ele. Ele achou que era dado e pegou todo alegrinho. Perguntei se ele queria aquilo mesmo, porque ele nem gosta e o palhaço tava reclamando que era 1 real. Expliquei que tinha que pagar, se ele não preferia pipoca. Ele concordou, devolvi o pirulito e o palhaço ainda saiu me xingando de mão de vaca, pode?
E no finalzinho, quando outro palhaço perguntou no palco se preferiam rock ou sertanejo e mandou bater palmas quem gostava de rock. Gustavo chega levantou as mãos pra cima pra bater palmas. Eu nem sabia que ele já definiu o gosto musical...
Mas sobre o pé...o chão é de terra, né. E ainda tinham nivelado com trator, ficou tudo fofo e meu sapato encheu de terra. Assim que sentamos, eu tirei o sapato e fui bater pra tirar a sujeira. Eu tava com as pernas cruzadas e o pé ficou meio alto. Gustavo: ‘Mãe, calça logo esse sapato. Esconde esse pé.’ Hoje eu choro de rir quando me lembro da cena. Como pode? Ele tá com vergonha até do meu pé!!!!

sábado, maio 03, 2008

O drama da galinha


Ando nervosa com o fato de ter essa galinha no quintal. Sim, o pintinho sobreviveu às estripulias do Gustavo e cresceu. A verruga do olho estourou de tanto que inchou e murchou, nem parece que teve aquilo. Já cacareja, deixou de piar. Mas tenho xingado tanto e depois refletido que tenho feito papel de carrasco com o Gustavo, tadinho. Penso o que se passa na cabecinha dele, pois quase o faço chorar gritando que vou matar aquela porcaria de bicho.
Ele tem se mostrado tão responsável em cuidar. Até demais pro meu gosto. Acorda muito cedo no final de semana falando em sair no quintal pra dar milho pra galinha. Durante a semana chega da aula preocupado com a galinha. Não esquece do bicho dia nenhum. Morro de raiva porque depois de cuidar ele fica lá embrenhado no quintal brincando com a areia ‘banheiro de gato’ e futucando bicho estranho. Eu tenho medo, pois vive aparecendo aranha, minha mãe matava lacraia e até jararaca nesse quintal já apareceu. Tenho medo também de escorpião e aqui é sempre cheio de entulho.
A galinha tava amarrada igual cachorro. Amarrei, porque não agüentei que, apesar de fechar o portãozinho, cortar as asas dela e cercar tudo com baldes e bacias, o bicho dava um jeito e vinha (ao invés de ficar ciscando o quintal lá em cima) passar o dia todo cagando no cimentado aqui embaixo, inclusive em cima da mesa que tem aqui fora. Uns cocozão que se ela for botar ovos não encontrará nenhuma dificuldade em por pra fora. Se for, porque ainda temos dúvidas se é galinha, pois tá muito alta e tem umas pernonas tão grossas e grandes que até se desconfia, mas não tem espora. Penso que pode ser um frangão.
Enfim, tive que desamarrar porque apesar de colocar um elástico, ela esticou tanto que estrangulou a perna. Mais um pouco e o pé ia secar. Me deu até remorso. Pra piorar, arrumaram outra galinha pro meu sobrinho. Agora virou festa. Enfiaram debaixo de um carrinho de feira que tem aqui e aí fiz o mesmo com a do Gustavo. Agora arrumaram 2 pintinhos pro Vinícius. Um morreu, menos mal. Mas é tudo implicância comigo.

Duro não poder contar tudo que ta entalado aqui. Minha vida sempre foi um livro aberto e nunca tive vergonha ou me importei com o que os outros vão falar. Todo mundo fala mesmo e critica a vida de todo mundo, ora!!! E daí que comentem? Na moda da outra lá: Tô nem aí! O que me importa é por pra fora. Mas meus pais são sempre preocupados e me xingam muito com isso por causa dos parentes...Pra que ficar escondendo? Não entendo essa idéinha. Depois a boiada estoura e vai adiantar alguma coisa?
Outro dia minha mãe me xingou porque contei no flog que minha sogra e cunhada não tem bom relacionamento comigo e os parentes queriam saber porque e ficam perguntando pra eles. Ela m-o-r-r-e de vergonha. Pra quê? Eu ponho a boca no mundo mesmo!
Tenho sido testemunha de algumas coisas que não vão acabar bem, mas preferem me taxar de louca quando tá evidente a dissimulação. E eu só digo uma coisa: apesar de toda prova pericial, aquele casal tem negado sinceramente com a história absurdamente imaginária de uma 3ª pessoa no caso da morte daquela menina, né? Até chora. Alguém acredita naquilo? Eu não.
Só sei que a convivência não é fácil e que aqui está tudo errado. Acabamos seguindo um rumo contrário ao da natureza que seria estarmos cada um na sua própria casa com sua família. O que deu errado? Oportunidade de ganhar dinheiro minha gente! Tudo se resolveria com o tal papel que inventaram ter um valor e que é necessário para se adquirir coisas.

Vontade? De me ver assim ó:

quinta-feira, maio 01, 2008

E como filho de peixe, peixinho é...



Alguns desenhos do Gustavo. Eu sou suspeita em falar, mas tenho certeza que ele tem dom pra desenhar, pois pessoas assim eu fazia com 8 anos e ele com 5 consegue desenhar detalhes que cada vez mais me surpreendem. Fico toda babona...