***s2***Meus foguetinhos***s2***

Tenho por objetivo,além de registrar doces lembranças,dividir experiências e compartilhar alegrias com mamães corujas como eu.

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Local: Brazil

Fiz um teste uma vez que me definiu como mãe superprotetora que vê perigo em tudo e que gosta de cuidar de perto. Sou a mãe mais orgulhosa deste mundo! Tenho 32 anos, sou Engenheira civil, profissão que amo de paixão. Não sou dona de casa por mais que tente...mas sou mãe de dois molequinhos que dão um trabalhão porém compensam de tanto orgulho e alegrias.

sábado, novembro 25, 2006

Acontecimentos e datas


O Gustavo foi registrado no dia 4 de junho pelo papai.
O umbigo caiu com apenas 4 dias: foi engraçado porque como ninguém esperava, quando eu percebi após a troca de fralda, foi uma correria e desespero só pra tentar encontrar o negócio. (Minha mãe guardou os nossos durante anos pra que déssemos o melhor fim possível: que foi jogarmos no mar durante a travessia da balsa em Santos-Guarujá. Coisa do povo antigo...) Só sei que minha mãe foi parar até do outro lado da rua pra abrir o saco de lixo e procurar porque eu achava que tinha ído numa fralda. Minha irmã disse que a vizinha ficou olhando a cena. Quando já tínhamos desistido, eis que sem querer acho aquele pedacinho de tripa seca enroscado na franja da manta que tava enrolada nele. Foi um alívio tão grande...
O primeiro banho foi a vovó quem deu e foi assim por quase uma semana. Acho que deveria ter durado mais porque quando comecei a dar o banho, afoguei o menino duas vezes. Na hora de virar ele de costas eu não sabia medir a altura do braço e o rostinho do garoto ia pra dentro d'água. Na primeira vez que fiz isso, fiquei desesperada gritando pra minha mãe que tinha afogado ele e ele não tava respirando e minha mãe com cara de nervosa por causa da minha gritaria ficou, com toda calma do mundo, assoprando o narizinho dele até ele voltar. Mãe despreparada e frustada é fogo...
A primeira consulta ao pediatra foi dia 7 de junho. O papai que foi pegar ficha no ambulatório; acordou às 3:30 da madruga! Nunca mais faz isso na vida...
No dia 25 não deixou ninguém dormir a noite toda. No outro dia deu o primeiro sorriso pra vovó. Ela ficou toda 'inchada' e tirou a maior vantagem disto em mim. Mas no dia 27 ele sorriu pra mim também, às 6:00 da manhã depois de eu dizer que ia ter mais paciência com ele nos chororôs da noite. Ele parou de chorar, parece até que me entendeu. Tenho essa imagem até hoje na mente. Só nós dois no quarto e aquela boquinha linda se abrindo num sorriso foi mágico e recompensador... Entendi que ele contava comigo e me amava...
No primeiro mês de vida fez todo mundo entender que gostava é de passear na rua. Foi o dia de levá-lo ao ínicio do acompanhamento de pêso e altura no PSF. Foi no colo do papai todo arrumadinho e cheiroso. A enfermeira, que veio me ajudar na amamentação, ficava toda encantada de vê-lo. Fiquei até cismada com a mulher porque minha mãe enfiou na minha cabeça pra tomar cuidado com tanta admiração que ela demonstrou com ele. Pesou 4.160 kg e esqueceram de anotar a altura, mas pela média, deve ter sido uns 54cm.
Durante o mês de férias, começou uma obra da prefeitura perto de casa e fui lá falar com o engº. pra estagiar. Passava as manhãs e tardes torrando no sol pra nada. Não bati fotos e por isso o profº. disse que eu teria que ser bem convicente no meu relato porque não havia 'provas'. Pelo menos eu amamentava o Gustavo já que era pertinho... Chegava com os peitos até duros de leite, não podia nem encostar e eu não via a hora de ele sugar e esvaziar logo. Pior era quando minha irmã, que ficou cuidando dele depois de minha mãe ir embora, ter dado mamadeira; aí tinha que aguentar até a próxima fome dele porque eu não conseguia tirar o leite do peito. Nessa época ele começou a demonstrar me reconhecer e a fazer barulhinho, conversando.
É...a titi passou uns bocados com ele sozinha, que chorava desesperado de fome e tinha que fazer a mamadeira com ele no colo. Graças à Deus não aconteceu nenhum acidente, pois minha mãe já queimou o pé dela quando era pequena com água quente assim. Foi parar no pronto-socorro e tudo. Me lembro disso.
Teve uma vez que ele chorou tão alto e forte, ficou vermelhinho quando cheguei e fui trocar a fralda dele; saí correndo com o menino só embrulhado na manta pra rua pra ver se acalmava.
E os fôlegos que o menino perdia...parava de respirar e ficava espumando a boca, a gente ficava sem saber o que fazer! Um dia expliquei pra pediatra e ela ensinou a apertar a barriguinha dele logo abaixo das costelas e assoprar no nariz que ele voltava. Ele perdia o fôlego até com uma brisa mais forte que soprasse na direção dele.
Os choros dele deixava a gente maluca, às vezes. Minha irmã conta que ficava com ele berrando pelo corredor da casa até dormir, balançando ele em cima da barriga dela que já estava grandinha de seis meses. E o dela chutava de lá o pêso do primo comprimindo ele ou quem sabe de ciúmes já...Ela teve umas dores fortes por baixo da barriga quando o bebê dela se esticava que um dia disse que colocou o Gustavo no sofá perto dela (ela chorando de dor) e falou pra ele que a titi não podia pegar ele aquela hora que tava com muita dor, disse que ele ficou olhando pra ela quietinho e dormiu sozinho. Já pensou que amorzinho...

sexta-feira, novembro 17, 2006

Preocupações

Permaneci os 40 dias de resguardo sangrando intensamente. Me assustei por que saía pedaços enormes de sangue talhado. Fui à consulta do pós-parto com meu médico que, de tanta horrorização minha, pediu um ultra-som urgente. Andei pra tudo quanto era lado atrás de marcar a tal até me mandarem ir ao hospital no pré-parto. O médico de plantão fez exame de toque em mim e disse que não havia necessidade porque estava tudo normal lá dentro e que algumas mulheres sangram mais que outras. Sei lá viu. Só sei que também fui começar a desinchar depois disso. Hoje é engraçado lembrar que eu tinha que andar com um chinelo de pêlo rajado de branco e preto que parecia um gatinho (era o único calçado que entrava no pé), tanto que na primeira consulta ao pediatra do Gustavo, um garotinho veio passar a mãozinha pra ver se era de verdade...
Ainda passei por mais turbulências nesse primeiro mês: desesperei com a freqüência que o Gustavo fazia cocô. Chegava a ferir de sangrar o ânus dele. Eu fazia tanto drama, que a pediatra, tão boazinha e paciênte, pediu exames de tudo quanto era coisa pra descobrir o que era a minha insistência no assunto. Todos davam normais. É lógico que era a mamadeira... Outra vez travou uns 5 dias, quando ele passou a mamar mesmo em mim do que mamadeira. Desesperei de novo... E nessas consultas eu sempre cobrindo o menino com fraldas ou mantas. O povo achava ele tão lindo que eu tinha medo de me tomarem ou sei lá, daí eu escondia o menino.
O exame do pezinho quem levou foi minha mãe e minha irmã. Não tive coragem. Uma vez vi uma mãe sair do posto chorando mais que a criança... Minha irmã disse que minha mãe escorria as lágrimas segurando ele naquele sofrimento todo. Chegou me entregando ele, dizendo que tava louco pra mamar.
Recebi algumas visitas, inclusive de algumas que não vieram para o chá-de-bebê daqui. Ainda doía um pouco a decepção, mas recebi bem e não comentei sobre o assunto.
Os bons momentos, que é o que importa, eu passava passeando com ele de manhãzinha pelo loteamento novo perto de casa pro banho de sol... E nas tardezinhas e noitinhas saímos os três: mamãe, papai e bebê dandos voltas por esse mesmo lugar pra conversarmos... Ah...como era bom!

quarta-feira, novembro 15, 2006

Em casa


Quando o dia amanheceu eu já não via a hora de ir embora dalí. Ainda tive que tomar outro banho porque levantei da cama deixando um rastro de sangue pelo chão. O pior é que ninguém ligava pra aquilo! Não perguntavam se eu tava bem, nada...O médico obstetra chegou e perguntou se eu queria ir embora, achava que eu ia responder o quê? Que a hospedagem estava ótima e eu resolvi ficar mais uma semana! Só a ceia da noite que eu me esbaldei. Acho que devo ter tomado uns 3 ou 4 copos de Mucilon de milho, tava tão gostoso... Mas lógico que eu queria ir pra minha casa. Me deu alta e ligaram na minha casa. A Frederica deu banho no Gustavo novamente e deixei o conjuntinho de linha azul que a Lu tinha dado pra ele sair. Minha mãe saiu com ele nos braços e no carro mostrou o rostinho dele pro meu pai dizendo: 'Aqui vovô, o seu netinho.' Ele olhou e não fez nenhuma festa.
O primeiro dia em casa no início até que foi tranqüilo. O Gustavo dormiu um pouquinho, mas eu numa empolgação do pai dele chegar logo e vendo se aparecia alguma visita, nem liguei de dar um cochilo. À noite é que a coisa pegou: eu pensando que ia descansar do parto exaustivo que me tirou uma noite, fora as noites de insônia que tive no final da gravidez, achei que nenê só acordava à noite pra mamar e dormia de novo, ninguém me explicou que existia cólica...Ele não mamava e chorava tanto...Não sabia o que fazer. Minha mãe, de bronca, nem tava aí se eu não chamasse. Fez um chá pra ele. O pediatra do hospital receitou Luftal e eu ia socando tudo no menino pra ver se aliviava. Foi pior, aí que complicou e intensificou mais o sofrimento dele. ( Ah, porque eu não tive acesso a tanto conhecimento que tenho hoje...tinha poupado meu filho de tanta coisa desnecessária e teria tido mais paciência...) Teve um dia que minha mãe levantou foi pra me xingar, porque ele chorava no meu colo e eu chorava também olhando pra ele. Poxa, eu só queria dormir um pouco! E não sabia o que fazer com aquele bebezinho!
Só sei que no dia seguinte fui desesperando ainda mais ao perceber o quanto eu tava inchada, meu pé não cabia nem dentro do chinelo, parecia uma bola. Quando caminhava até o banheiro, minha barriga chacoalhava de tanto líquido na pele. Eu tava mais imensa do que estive na gravidez! O nariz parecia uma batata no meio da cara. Não deu outra: a fome do Gustavo veio e meu leite não descia. Ele não sabia sugar e eu, desisformada, achava que não tinha nada no peito.
Ele chorava tanto de fome, que não teve outro jeito a não ser dar mamadeira. Ele mamava e dormia que até suava. Aí eu : 'Tá vendo como é fome!' O Anderson trouxe um amigo dele que eu nem olhei direito na cara do rapaz, eu tava tão nervosa e ele me traz o moço bem na hora que eu tentava amamentar e o menino berrando de fome até a mamadeira ficar pronta. O cara dizendo pro Anderson que o nenê era a cara dele.
Me deram o telefone de um PSF aqui do bairro pra eu pedir ajuda à enfermeira se tivesse dificuldade pra amamentar. Liguei, afinal era o que eu queria. Ela veio e me ensinou como ajudar o Gustavo a aprender sugar o peito. Me deu um pito de ter dado chupeta pra ele. Ele pegou assim que chegou do hospital, achei tão bonitinho...depois fiquei com dor na consciência de tomar conhecimento dos males em palestras, mas já tava difícil tirar. Hoje penso que dá pra conscilhiar tudo e que pode dar certo no seu tempo. Não me arrependo mais.
No terceiro dia a outra avó veio visitar com a irmã dele. Trouxeram um macacãozinho. O Anderson tinha contado pros irmãos primeiro, mas pra mãe ele só deu a notícia no dia do nascimento. Ela disse que já sabia, mas esperou ele contar. Ela me viu um dia, de dentro do ônibus, eu com a barriga grande no ponto esperando o meu passar.
Teve uma madrugada que consegui me manter calma e disse pra ele: 'A mamãe prometeu que vai ter mais paciência com você, tá?' Ele abriu um sorrisão enorme pra mim...Foi o primeiro sorriso que ele me deu...Tenho essa imagem linda até hoje guardada na mente...Até chorei de emoção...E cantei nana-nenê pra ele se acalmar e dormir. Deu certo, mas custou. Ôh molequinho pra não gostar de dormir! Durante o dia dava uns dois cochilinhos de meia hora, quinze minutos e só queria saber de ficar no colo o tempo todo.
Uma coisa que fiz errado foi por ele pra dormir comigo, às vezes até no meu braço, porque tinha medo da tal síndrome que as crianças com até um ano tem de morrer sem puchar o fôlego à noite e que as mães inconscientemente evitam tocando nos bebês durante a noite fazendo-os assustar e respirar. Fora se sufocar no travesseiro e manta, essas coisas...Mas exagerei, porque eu já não conseguia me sentir sem ser com ele, parecia que o cordão não tinha sido cortado na minha cabeça e ele continuava a fazer parte do meu ser. Tá custando, até hoje, eu me desfazer por completo desse sentimento. Eu sinto que é mais coisa minha, porque ele é tranqüilo, ainda bem.
Mas eu persisti e consegui fazê-lo pegar o peito e aí o leite veio. Não em abundância como vi outras mães que conheço relatar. Pingava às vezes e molhava o sutiã, mas não espirrava como uma ducha e poucas vezes pedrou o peito de cheio. Só uma vez consegui tirar uma chuquinha cheia, com certeza porque continuei complementando com mamadeira. Mas nem sei dizer quantos vidros daquela Água Inglesa eu tomei nem quantos maços de Almeirão eu comi pra consegui fazer o leite do peito aparecer. Fora a simpatia de pentiar o peito com pente fino...Bom, foi tudo errado, mas consegui.

domingo, novembro 12, 2006

Alguém especial


Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta. De sol quando acorda. De flor quando ri.
Ao lado delas, a gente se sente no balanço de uma rede que dança gostoso numa tarde grande, sem relógio e sem agenda.
Ao lado delas a gente se sente comendo pipoca na praça. Lambuzando o queixo de sorvete. Melando os dedos com algodão doce da cor mais doce que tem pra escolher.
Que o tempo é outro. E a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que a gente desaprende de ver.
Tem gente que tem cheiro de banho de mar quando a água é quente e o céu é azul.
Ao lado delas, a gente se sente chegando em casa trocando o salto pelo chinelo. Sonhando a maior tolice do mundo com o gozo de quem não liga pra isso.
Tem gente que tem cheiro das estrelas que Deus acendeu no céu e daquelas que conseguimos acender na Terra.
Ao lado delas, a gente não acha que o amor é possível, a gente tem certeza.
Ao lado delas, a gente se sente visitando um lugar feito de alegria. Recebendo um buquê de carinhos. Abraçando um filhote de urso panda. Tocando com os olhos os olhos da paz.
Ao lado delas, saboreamos a delícia do toque suave que sua presença sopra no nosso coração.
Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa. Do brinquedo que a gente não largava. Do acalanto que o silêncio conta. De passeio no jardim.
Ao lado delas, a gente lembra que no instante em que sorrimos Deus está conosco, juntinho ao nosso lado.
E a gente ri grande, que nem menino arteiro.
Carlos Bob
Esse é o momento mágico que uma pessoinha tão nova em nossas vidas e tão cheirosa é capaz de nos dar.
A felicidade de ser mãe!
Amo você meu filhinho. Seja bem-vindo e abençoado por Deus.
O Gustavo nasceu dia 02 de junho de 2002, às 04:20 de parto normal. Pesou 3.230 Kg e mediu 49 cm. Obte-ve nota 10 nos apgar´s. Tinha os cabelos castanhos e olhos quase que esverdeados, com tanto brilho que encantava a gente em ver. Tão peludinho que cobria a testa e toda a extensão da coluna nas costas. Com os pézinhos e mãozinhas mais lindos que já vi.

sábado, novembro 11, 2006

Primeiro dia



Me levaram ao alojamento conjunto e depois de acomodarem, uma enfermeira me ajudou ao perceber meu enorme esforço em querer pegar ele do bercinho e colocá-lo comigo na cama. Digo porque: estava cheio de mães alí e enfermeiras, eu não ia cair no sono sem sentir meu bebezinho ao meu lado. Minha mãe sempre contou de histórias desde que nascemos sobre roubarem crianças e as famosas troca de bebês também. Lógico que morria de medo que uma coisa dessas acontecesse. Às 7:00 a enfermeira me acordou e ajudou a ir ao banheiro tomar banho. Não sei se sou muito mole, porque via mãe paridas até de cesária, andarem pra lá e pra cá numa boa e eu tinha uma dificuldade...Não sei se os pontos tavam muito apertados ou sei lá o que houve, só sei que tive de tomar banho sentada e de porta aberta pra poder ter visão do Gustavo no bercinho.
Coloquei minha camisola e, uma hora depois, tive que colocar aquelas horrorosas do hospital ( bunda de fora) porque estava toda suja. Acho que tive hemorragia, não é possível. E tinha que estar atrás das enfermeiras pra trocar o absorvente... Fui tão inoscente: não levei sabonete, escova de dentes, nada pra mim, nem as roupas do Gustavo... Ele teve de ser o último a tomar banho porque tiveram de ligar na minha casa e pedir pra trazer. Meu pai quem trouxe as roupinhas e quis entrar, mas não permitiram. Por isso ele emburrou e nem entrou no horário de visitas.
Ah, mas o primeiro banho do Gustavo foi lindo! Uma enfermeira novinha, tão boazinha, chamada Frederica, elogiou o pequeno por ser o único que não aprontou um escândalo pra tirar a roupa. Ficou calminho...e na banheira, ela: 'Olha como ele gosta de tomar banho!' Molhou a cabeça dele e comentou: 'Ele vai ter o cabelo cacheadinho , olha...' me mostrando os cabelinhos enrolados. Escolhi um macacãozinho amarelo que a Lu deu pra receber as visitas. E ela me entregou pra amamentar. Ele não puchava nada, não tinha fome, procurou o peito, mas acho que só pra sentir meu cheiro!
O pediatra chegou pra fazer os últimos exames e dar alta. Examinou tudo, e ele quietinho...até dar um apertão na barriga lá no fundo, morri de dó. Ele ficou vermelhinho de tanto chorar. Levei pra cama e não deu outra: cocô na mesma hora. Uma das mães até comentou comigo que ele era um dos melhores pediatra da cidade e que desentopiu os nenês tudo dalí.
Tive de tomar outro banho, pois já estava toda suja de novo. Coloquei outra camisola minha pra receber as visitas. Peguei o Gustavo e encostei-o no meu ombro, mirando a porta de entrada que não parava de entrar gente, muita falação e fotografias e pra mim nada... Quis me dar até vontade de chorar, quando surgiu minha mãe e o Anderson enfim. Virei a carinha dele pra eles e minha mãe se desmanchou toda emocionada...Entreguei nos braços dela que só sabia sorrir pra aquele pacotinho...Ela deu nos braços do Anderson que ficou apavorado porque o nenê começou a se mexer, ele dizia que o menino tava fazendo umas caras esquisitas e entregou de volta pra minha mãe. Medo de pai iniciante...O Gu fez cocô novamente e quando minha mãe começou a trocá-lo com a maior satisfação do mundo, veio o segurança dizendo que já havia terminado o horário de visita. Ainda tentei argumentar que ela só ia acabar de trocar, mas minha mãe é muito medrosa com essas coisas e resolveu sair e deixou pra eu acabar o serviço.
O dia foi interminável e a noite pior ainda. Tinha um bebê que chorou a noite inteirinha. Eu não consegui dormir nada, mas o Gustavo...que gracinha! Só acordou duas vezes pra sentir meu cheiro de novo, porque nem fazia força pra sugar o peito. Ele dormiu no bercinho, como eu não peguei no sono mesmo, não tive medo de deixá-lo lá.
Sobre o parto, sei que impressiona as mães verem que se passa por tudo isso, eu não sabia nada quando fui e preferia que alguém me dissesse nos detalhes como fiz aqui. É horrível não se estar preparada pras coisas...como pro exemplo agora: que fiz meu 1º projeto e tive que dar várias idas e vindas no Crea e prefeitura porque não sabia direito o que era necessário e como proceder na grande burocracia do nosso sistema...
Digo com certeza, se tiver outro filho, vou tê-lo por parto normal. Lógico, que dessa vez quero estar com condições de fazê-lo particular pra ser pelo menos melhor atendida e assistida, mas é o que Deus deixou. Não marcar uma data e arrancá-lo de surpresa sem ele estar preparado porque acredito que isso gera um trauma psicológico incosciente na criança, só pelo capricho de não querer se sentir dor. Por isso mamãe, seja de que viagem for, pelo menos tente o parto normal por amor verdadeiro à seu filho.

quarta-feira, novembro 08, 2006

O grande dia



É...o dia 30 passou...E comecei a sangrar de novo no dia 1º de junho. Eu não sentia dor nenhuma, era só o sangramento. Como tinha muito medo de dar qualquer coisa errada, resolvi ir à maternidade. O médico fez exame de toque e disse que estava com 3 cm de dilatação, que eu poderia optar em ir pra casa ou podia ficar. Preferir a última pra garantir. Era 19:00 quando foi dada entrada na internação. Minha mãe estava comigo, ficamos no pré-parto. Tinha uma moça sozinha, sofrendo tanto de cortar o coração. Ela andava pra lá e pra cá com o soro no braço, tomava banho toda hora, ia ao banheiro, chorava...Disse estar lá desde às 14:00 e, apesar do soro, não saía dos 3 ou 5 cm ( não me lembro exatamente) de dilatação. Às 22:00 o médico fez outro exame de toque em mim e já estava com 5 cm, comecei a sentir uma dor bem fraquinha vindo das costas pra frente da barriga. Eu havia me informado sobre o parto normal sem dor com médico do pré-natal, ele disse que fazia muitos no sistema particular; uma conhecida minha teve o primeiro filho assim e disse que foi tranquilo. Como eu havia assistido uma matéria na TV que o ministro tinha aprovado a anestesia na rede pública pra incentivar o parto normal, fui na infeliz sorte perguntar ao médico de plantão...Respondeu que essa lei ainda não estava aprovada, que se a mulher não sentir dor, não faz força, e pra contrariar ainda me mandou aplicarem a injeção pra 'dar dor'. Acho que pensou que meu parto ia demorar muito por eu não estar chorando de dor e resolveu aplicar o sadismo dele em mim também. Pra completar, lá veio a enfermeira com uma lata e uma mangueira dizendo que ele também tinha mandado me fazer a lavagem intestinal. Que coisa mais deprimente...Num hospital a gente nem é gente mais...Corri pro banheiro e nem deu tempo: me sujei, borrou tudo. Tive de tormar banho. A outra moça, o médico só foi decidir levá-la pra cesária já era mais de 00:00.
As dores começaram a vir fortes mesmo e era incrível doer tanto e não se saber onde...Minha mãe me ajudava na locomoção, mas permaneceu com uma feição de dureza, sem demonstrar compaixão. Ela trocou com minha irmã que, então com a barriga de 5 meses, manteve toda a calma diante do meu sofrimento. O médico e as enfermeiras se admiraram da coragem dela. Ela dizia que era bom que já ia vendo pelo que ia passar.
Lá pelas 02:00 eu já estava exausta e, entre uma contração e outra, eu tentava dormir. Achava que eu poderia cair no sono e acordar de manhã tudo normal. Minha irmã disse que era até engraçado porque eu chegava a roncar e de repente começava: 'Ai, ai, ai, ai...'Aí chegou uma hora que não dava nem pra cochilar, as dores já tavam quase uma por cima da outra e a enfermeira me mandava fazer força pra acelerar. Eu me espremia e ela toda estúpida começou a me dar tapa nas pernas, dizendo que eu tava fazendo errado, que a força que eu fazia era no pescoço. Mas eu era obrigada a saber que tipo de força se tem que fazer? Foi meu 1º parto, só assisti em novelas, e hoje vejo que as atrizes fazem tudo errado. Pra falar a verdade, eu nem vi ela me bater, foi minha irmã que contou depois e só não discutiu com ela, com medo de a expulsarem de lá.
Teve uma hora que a enfermeira me mandou ficar em pé e fazer força pra baixo. Eu não sou índia pra proceder assim. Bem que tentei, mas quando forcei, desceu um sangue estranho no chão que me deu medo e eu não tinha força pra ficar em pé, minhas pernas tremiam até deitada, eu não conseguia mantê-las erguidas. Minha irmã que segurava pro doutor fazer o exame de toque. Então ele veio com uma agulha pra estourar a bolsa. Não doeu nem fez barulho, ou a dor era tanta que nem percebi. Só me lembro de ele admirar que tinha pouco líquido.
Enfim veio uma outra enfermeira, mais paciente e me disse pra fazer uma força como se fosse fazer cocô. Aí sim comecei a fazer progresso...Já estava com 7 cm, mas as forças já estavam acabando. Eu desesperei falando que não conseguia. Ela ficava tentando me incentivar, dizendo pra eu não desistir e quando mais forte eu fosse, logo estaria com meu filhinho nos braços e aquilo tudo terminaria. Começou a olhar no meio das minhas pernas e dizer que já dava pra ver a cabecinha dele. Minha irmã achou engraçado ela ficar chamando pra ver e passar a mão nos cabelinhos dele quando ele apontava.
Quando cheguei nos 9 cm me disseram pra ir até a sala de parto: andando. Disseram que ajuda a acelerar mais. Imagina: andar com a criança com a cabeça quase saindo! Tenho certeza que foi por conta disso que estourou veinha nos dois olhinhos dele.
O médico ainda fez o corte lateral e me pediu pra fazer força só quando ele mandasse, mesmo que a dor viesse. Disse pra eu segurar os ferros que apóiam as coxas pra fazer a força pro nascimento. Facilitou um pouco. O difícil é passar a cabeça, na segunda força o resto do corpinho a gente tem a sensação como se fosse um monte de tripa. Ele chorou espontâneo. Minha irmã assistiu tudo da porta e se emocionou. Eu pensei que ia cair em prantos também porque quando via parto dos outros na TV as lágrimas rolavam, imagina o meu! Mas a dor tira toda comoção da gente que nem curtimos o momento, o que eu senti foi um alívio.
Só sei que enquanto ele me costurava, a enfermeira fazia toda aquela judiação de aspirar e pingar colírio. Deixou ele sozinho de cabeça pra baixo numa mesa chorando que até cansava. Ele parou de respirar uma hora e ela veio correndo chacoalhar ele e aspirar mais. E eu louca pra ver a carinha dele logo. A enfermeira me disse pra olhar o relógio atrás de mim, me contorci toda e confirmei: ele nasceu às 04:20. Coincidência, eu nasci às 16:20.
Permitiram minha irmã de entrar e me trouxeram ele. Nasceu tão limpinho, sem aquela prasta amarela que a gente vê nos outros bebês, só sujinho de sangue mesmo. Ela pôs ele pra pegar meu peito, mas ele só bobou, não tava nem aí, queria era olhar tudo em voltar com uns olhão pretinho abertos e assustados. Olhava minha irmã, a luz da sala, o médico numa rapidez!
Levaram ele de novo pro pediatra fazer os exames e a limpeza. Levam pra outra sala pra que a gente não veja os tais testes. Ouvi dizer que fingem deixar a criança cair dos braços pra ver se tem reflexo de tentar se agarrar, que fazem caminhar por instinto, que é pra saber se tem retardameto mental; mas deve ser traumatizante pra criança ser separada da mãe e passar por isso tudo sozinha logo nos primeiros instantes de vida...
O pediatra veio me dar os parabéns, que eu tive um bebê saudável. Perguntei o peso dele: 3.230 e 49 cm. Fui liberada com ele para o alojamento conjunto. Só sei que aquele pacotinho, que agora tava cheirosinho, era meu tão esperado filhinho...tava alí, nos meus braços...O presente de Deus...meu tesourinho.

sábado, novembro 04, 2006

Doces lembranças




Ainda não mencionei o ocorrido no final de janeiro, início de fevereiro daquele ano (2002). Minha irmã tanto procurou que acabou ficando grávida também. Tinha parado de tomar o anticoncepcional, dizendo ter enjôos por causa deles e me dizendo que o namorado não parava de dizer que achava que não podia ser pai...Não sei como meus pais aguentaram mais essa...Foi um vendaval aqui: ela não queria admitir, chegou até a tomar um remédio pra regularizar a menstruação. Eu dizendo pra fazer o teste...E deu positivo mesmo. Minha vizinha ficou grávida depois de a irmã dela mais velha ter ficado e reclamava de falta de atenção da mãe que estava apoiando a outra. Acho que se repetiu aqui em casa, depois de ela ver tudo que a família estava fazendo por mim. Meus pais cheios de vergonha perante a família toda...Passado o choque, minha mãe ficou até torcendo pra ser uma menininha pra ter um casalzinho de netos.
Mas aí...fui fazer meu último ultra-som no dia 7 de maio. Continuei vendo somente bolhas na tela por mais que me esforçasse em querer entender as imagens. O Anderson foi comigo. A médica perguntou se queríamos ver o sexo e aí contornou com o mouse o pipiu e o saquinho dele. Já pensou, foi a única coisa que consegui ver e guardar na lembrança do meu filho!
Por falar em lembranças, oh hora boa quando eu ficava bordando o nome dele nas toalhinhas de boca...Era tanto capricho e carinho que eu empenhava...Também depois do jantar eu ia me sentar na cama e assistir TV, ficava sentindo os chutes dele e a barriga subindo e descendo, esticando e escondendo, era tão doce esse momento...Teve uma vez que o pai dele se sentou do meu lado e abracei ele de modo que a barriga ficou meio comprimida. Eu senti, mas de repente o Anderson perguntou: "É ele que tá chutando?" Respondi que sim. O danadinho chutava com tanta força as costas do pai, quase que gritando lá de dentro: "Oh! Tá me espremendo!" A gente deu risada.
As consultas ficaram menos espaçadas. A última foi dia 29 de maio. O médico fez exame de toque e disse que eu estava com 2 cm de dilatação. Eu já estava desesperada, qualquer caminhadinha me sentia exausta, perdia o fôlego. Só saía pras consultas e parava umas seis vezes na subida de 3 quarteirões que tenho aqui. Desci ao centro com 8 meses só para comprar um suporte de banheira que queria muito. Fiz pesquisa por telefone pra ir direto ao lugar. Fui e voltei à pé. O negócio parecia pesar toneladas...Meus pais vieram perto dos dias e junto, minha avó paterna que fez questão de estar presente e trouxe um cortinado lindo do tema que eu queria de ursinhos. Ainda fomos à um supermercado e, depois de eu passar, uma senhora parou minha avó pra perguntar de quanto tempo eu estava ( porque eu tava imensa) e se admirou quando minha avó disse que tava pra ganhar: "Ela tá animada, heim!" Se referindo à eu estar pra lá e pra cá. Me lembro de ficar bordando junto de minhas vizinhas à tarde num banco em frente à casa delas e as pessoas subirem a rua gritando: "Nossa! Vai estourar!" Pelo tamanho da barriga que, por tá muito calor ( e grávida sente um calor! Tenho uma conhecida que disse que nem usou blusa no inverno quando esteva grávida.) eu deixava de fora.
Depois do exame de toque comecei a sangrar de ter que usar absorvente. E o medo de acontecer algo errado...Liguei pro médico do pré-natal que me mandou ir à maternidade. O médico de plantão me liberou dizendo que ainda não estava na hora. O sangramento parou por um dia. Mesmo assim eu tava louca pra ter logo, mas também pela data. Cismei que queria que ele nascesse dia 30 de maio. Acho lindo o mês de maio e sou encanada com data inteira, tinha até preenchido as lembrancinhas...de lápis, ainda bem.

quinta-feira, novembro 02, 2006

Chás-de-Bebê: lição de vida


Tive dois Chás-de-Bebê, um em São Paulo com minha família e outro aqui onde moro. O primeiro foi dia 7 de abril de 2002. Tenho muitas fotos e ganhei muitos presentes. A maioria estava lá e os que não puderam vir, enviaram seus presentes. Enfeitei com bexigas coloridas e desenhos de personagens baby que desenhei. Sei que decepcionei muita gente, mas o apoio deles foi tão importante...senti o tamanho desse sentimento assim que retornei e fui preparar o daqui com minhas vizinhas e colegas.
Já havia distribuído os convitinhos que eu mesma fiz com todo capricho para o dia 14 seguinte. Não pedi nada além dos presentinhos pro nenê, porque aqui é costume pedi pros convidados levarem a festa. Eu não tenho esse costume e comprei tudo, inclusive refrigerantes, carregando um peso danado e depois cozinhando eu mesma torta de frango, doces e o bolo. Fiz a mesma decoração do outro chá, limpei toda casa ( até o Anderson me ajudou), organizei várias cadeiras pela cozinha e fiquei aguardando. Minha vizinha da casa ao lado veio e ficamos conversando, à espera do restante. Servi algumas coisas pra ela e depois de quase duas horas percebi que ninguém mais viria. Senti tanta vergonha e fiquei tão sem jeito perto dela, não sabia o que falar! Ela se levantou pra ir embora e ainda relutou pra eu não partir o bolo, mas eu insisti e cortei um pedaço pra ela levar. Minha outra vizinha da outra casa ao lado apareceu pra levar torta pra marmita dela. Quando o Anderson chegou eu não via a hora de ela ir embora e eu desabafar e chorar no ombro dele. Ele ficou me consolando e dizendo pra eu me lembrar do chá com minha família que deu tanto apoio e foi tão feliz...Mas durante a madrugada, num dos meus lanchinhos, ainda chorei muito olhando pra toda decoração e a mesa ainda posta com todas aquelas cadeiras vazias e tudo feito com tanto carinho...
Teve algumas pessoas que ainda mandaram o presente depois, mas só aceitei porque precisava e não curou o tamanho da decepção que ficou no meu coração. Pessoas que se falaram felizes com minha gravidez, como minhas colegas da faculdade, uma que tinha amizade desde a 8º série...Outras que tinham tanta admiração por mim como a família do meu amigo da rua debaixo...Ninguém teve a mínima consideração pro mim.
Por isso é que hoje, por mais que a gente tenha algum desentendimento: eu amo a minha família!!!! E vou procurar sempre tentar manter contato e aumentar nossa amizade.