
Ainda não mencionei o ocorrido no final de janeiro, início de fevereiro daquele ano (2002). Minha irmã tanto procurou que acabou ficando grávida também. Tinha parado de tomar o anticoncepcional, dizendo ter enjôos por causa deles e me dizendo que o namorado não parava de dizer que achava que não podia ser pai...Não sei como meus pais aguentaram mais essa...Foi um vendaval aqui: ela não queria admitir, chegou até a tomar um remédio pra regularizar a menstruação. Eu dizendo pra fazer o teste...E deu positivo mesmo. Minha vizinha ficou grávida depois de a irmã dela mais velha ter ficado e reclamava de falta de atenção da mãe que estava apoiando a outra. Acho que se repetiu aqui em casa, depois de ela ver tudo que a família estava fazendo por mim. Meus pais cheios de vergonha perante a família toda...Passado o choque, minha mãe ficou até torcendo pra ser uma menininha pra ter um casalzinho de netos.
Mas aí...fui fazer meu último ultra-som no dia 7 de maio. Continuei vendo somente bolhas na tela por mais que me esforçasse em querer entender as imagens. O Anderson foi comigo. A médica perguntou se queríamos ver o sexo e aí contornou com o mouse o pipiu e o saquinho dele. Já pensou, foi a única coisa que consegui ver e guardar na lembrança do meu filho!
Por falar em lembranças, oh hora boa quando eu ficava bordando o nome dele nas toalhinhas de boca...Era tanto capricho e carinho que eu empenhava...Também depois do jantar eu ia me sentar na cama e assistir TV, ficava sentindo os chutes dele e a barriga subindo e descendo, esticando e escondendo, era tão doce esse momento...Teve uma vez que o pai dele se sentou do meu lado e abracei ele de modo que a barriga ficou meio comprimida. Eu senti, mas de repente o Anderson perguntou: "É ele que tá chutando?" Respondi que sim. O danadinho chutava com tanta força as costas do pai, quase que gritando lá de dentro: "Oh! Tá me espremendo!" A gente deu risada.
As consultas ficaram menos espaçadas. A última foi dia 29 de maio. O médico fez exame de toque e disse que eu estava com 2 cm de dilatação. Eu já estava desesperada, qualquer caminhadinha me sentia exausta, perdia o fôlego. Só saía pras consultas e parava umas seis vezes na subida de 3 quarteirões que tenho aqui. Desci ao centro com 8 meses só para comprar um suporte de banheira que queria muito. Fiz pesquisa por telefone pra ir direto ao lugar. Fui e voltei à pé. O negócio parecia pesar toneladas...Meus pais vieram perto dos dias e junto, minha avó paterna que fez questão de estar presente e trouxe um cortinado lindo do tema que eu queria de ursinhos. Ainda fomos à um supermercado e, depois de eu passar, uma senhora parou minha avó pra perguntar de quanto tempo eu estava ( porque eu tava imensa) e se admirou quando minha avó disse que tava pra ganhar: "Ela tá animada, heim!" Se referindo à eu estar pra lá e pra cá. Me lembro de ficar bordando junto de minhas vizinhas à tarde num banco em frente à casa delas e as pessoas subirem a rua gritando: "Nossa! Vai estourar!" Pelo tamanho da barriga que, por tá muito calor ( e grávida sente um calor! Tenho uma conhecida que disse que nem usou blusa no inverno quando esteva grávida.) eu deixava de fora.
Depois do exame de toque comecei a sangrar de ter que usar absorvente. E o medo de acontecer algo errado...Liguei pro médico do pré-natal que me mandou ir à maternidade. O médico de plantão me liberou dizendo que ainda não estava na hora. O sangramento parou por um dia. Mesmo assim eu tava louca pra ter logo, mas também pela data. Cismei que queria que ele nascesse dia 30 de maio. Acho lindo o mês de maio e sou encanada com data inteira, tinha até preenchido as lembrancinhas...de lápis, ainda bem.
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