***s2***Meus foguetinhos***s2***

Tenho por objetivo,além de registrar doces lembranças,dividir experiências e compartilhar alegrias com mamães corujas como eu.

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Fiz um teste uma vez que me definiu como mãe superprotetora que vê perigo em tudo e que gosta de cuidar de perto. Sou a mãe mais orgulhosa deste mundo! Tenho 32 anos, sou Engenheira civil, profissão que amo de paixão. Não sou dona de casa por mais que tente...mas sou mãe de dois molequinhos que dão um trabalhão porém compensam de tanto orgulho e alegrias.

sábado, março 15, 2008

Nostalgia


Tem horas que Gustavo custa aprender o nome das coisas...Foi assim com o nome do pintinho, com os nomes de algumas pessoas, agora que ele tem pronunciado computador corretamente (antes ele dizia compitador), ainda pronuncia pomada como ‘tomada’ (o que não sei porque eu acho tão bonitinho...) e agora se confunde todo dizendo que teve aula de ‘medicina’ na escola. Na primeira vez que ele me disse eu falei:’Mas que chique, heim!’ Já percebendo que ele se referia às aulas de Educação física.

Às vezes me pego a pensar o quanto é bom ter sido mãe de menino. Não que esteja desmerecendo as meninas, não é isso. É que tanta coisa é tão prática, sabe? Um passeio de última hora, por exemplo, é só dá um banho e colocar um conjuntinho com meias e tênis e tá pronto. E nem preciso pentear o cabelo, já que é encaracolado.

Eu conheci um mundo novo; porque já que sou mulher, sempre convivi com laços, chiquinhas, cor-de-rosa, bonecas e etc. Agora me vejo numa casa que onde ando, piso num carrinho (Gustavo é bagunceiro...não sei quem puxou...{olhando nuvens}), muitas roupas de cor azul, um pouco de verde, bonés, sem falar de estar cercada por personagens como Homem-Aranha, Taz, Mickey, Bob Esponja e a febre do momento: Hot Weels e Carros (o Trovão do filme). Também aturar toneladas de vezes os desenhos do Pica-pau e do Chaves.
Apesar de já ter brincado de roda cantando Atirei o pau no gato com ele e o Vi e ensinado a brincar de Adoleta e Babaloo com as mãos, preciso sempre estar pensando em brincadeiras de Homem, porque ele é do Clube do Bolinha que detesta a companhia de menininhas pra brincar e tudo o que envolva ser de Mulher.

De algumas coisas eu fico toda orgulhosa, como a turminha de amigos que ele faz. É um barato chegar na escola e esperar o Davi e o Vitor Hugo chegar chamando um ao outro de ‘E aí véio!’ ou ‘E aí Mala!’ e baterem as mãos naquele cumprimento de adolescentes. Aí vê-los entrar conversando os assuntinhos deles...Eu fico toda babando com os olhos marejados de lágrimas e aquela sensação de inchaço por dentro. Mãe de primeira viagem é boba...
Depois volto pra casa com aquela sensação de vazio, de solidão. Fui assistir ao filme da minha formatura e vi ele com 6 meses mexendo com as mãozinhas no colo da minha mãe, todo entretido brincando sei lá com o que era...Me deu uma saudade doída...vontade de voltar o tempo e aproveitar mais aquele bebê...
Vontade de ter outro? É claro que tenho, mas nas melhores das condições gente! Não dá pra enfrentar um pré-natal sem orientação e racinado de número exames e ultras pelo SUS, um parto de favor e muito mal tratada, alguém que socorra minhas noites e me auxilie com o recém-nascido pra poder descansar, um plano de saúde pras crianças e pelamordiDeus: um carro que ninguém merece sair arrastando menino no colo ou carrinho à pé pra lá e pra cá. Não ter que ficar batendo na porta de vizinho de madrugada pra levar pro pronto-socorro. E ainda mais: estar na minha casa com direito a decorar o quartinho deles, porque Gustavo teve um cantinho aqui no meu quarto.
E agora dorme numa caminha auxiliar do meu lado ou até na minha cama ainda! Me enchendo de chutes, socos (esta noite me deu um no olho que custou a vista limpar de novo) e abraços com pernas e braços por cima de mim. Vira pra lá e pra cá a noite toda, às vezes ficando de atravessado ou me deixando na pontinha da cama quase caindo, o espaçoso... Isso quando me levanto por qualquer motivo e não consigo voltar porque ele imediatamente já se apodera do meu travesseiro. Realmente já passou da hora de ele ter o próprio quarto...
Enfim, eu tenho sim muuuuuita vontade de ter outro bebê, mas é preciso ter consciência e responsabilidade. As condições não permitem e este mundo não está fácil...O jeito é me conformar e curtir meu bebezinho de 5 aninhos, né?

sábado, março 08, 2008

A primeira formatura



Gustavo pegou o primeiro diploma de sua vida escolar. Eu fiquei que não me cabia de orgulho. Montaram uma pecinha de teatro pra apresentar sobre o circo. O papel dele foi o encantador de serpente. Desenhei a fantasia pra mandar fazer e tudo.
Tava um chuvão no dia. Inventei de cortar caminho por uma ruinha de terra, pois já estávamos atrasados, sujou tudo de respingo de barro minha bermuda branquinha...me deu tanta raiva...Mas por fim eu já tava era sentando até no chão pra bater foto.
A turminha do Vinícius foi de palhacinhos, cada um mais lindo que o outro. E no circo cada um dos meninos teve sua squete exclusiva. Teve o mágico, o engolidor de espada, o palhaço, a mulher-bala (atirou bala pra platéia) e o encanto da minha vida. A cobra enroscou no cestinho que arrumaram e eu falei que ele tocou tão bem a flauta que levitou até o cesto. Ele olhava rindo pra professora.
Fiz trufas de cereja e amêndoas pra dar pras tias todas. Pra professora dele e a diretora da escola eu fiz umas caixinhas com a foto com dedicatória e pras demais, duas unidades em saquinhos com um cartãozinho.


Eu ainda lembro da minha formatura de pré, que foi num ginásio e a turma das meninas dançou a música Chocolate com bexigas nas mãos. E eu, miudinha com o uniforme e a conguinha tudo desbotados, era a primeira da fila (tinha mais duas na minha frente, mas não foram no dia). E agora vendo meu filho passar por esta fase da vida também...E mais cedo, afinal antes era com 6 anos e agora é com 5. São muitas emoções...



Como o dinheiro tá miudinho pra nós, Gustavo foi matriculado em escola pública mesmo; mas procurei uma melhor, que os funcionários levam a profissão à sério e procuram fazer o melhor dentro das condições. Afinal a daqui de perto, além da índole dos estudantes que já comentei em outro post, as professoras passa numa cara de tô nem aí, num desgosto e raiva do salário da profissão, que dá certeza que fazem de qualquer jeito. Tudo bem que cursaram uma faculdade, mas como disse umas costureiras da fábrica que minha vizinha trabalhava: elas têm razão, não é mesmo? Trabalham só 4 horas por dia, tem férias 2 vezes no ano, fora os feriados que emenda...ainda vivem fazendo greve...
Enfim, eu estudei em escola pública minha vida toda até a faculdade e tô aqui; também vejo por outro lado: de todo jeito se tem que gastar dinheiro. Se não gastamos agora com um ensino melhor pra ele entrar numa federal da vida, vamos ter que gastar depois com uma faculdade particular (que foi o meu caso). Tá certo que a reputação das federais são dez vezes melhor depois pro mercado de trabalho, mas fazer o quê?



Conversei muito com ele sobre a escola grande porque o que ele conheceu de escola até hoje foi numa casa. Agora não, é banheiro grande, cantina, bebedouro coletivo, pátio, quadra, escada, corredores e etc...fora a quantidade de crianças.
O duro pra mim é que a série introdutória (como eles chamam aqui) é só de manhã. Adeus às minhas manhãzinhas onde o sono tá mais gostoso...também às minhas navegações na net até de madrugada durante a semana...ai, ai...
Gustavo estava meio cismado, dizia que não queria ir estudar, que não ia comer na escola, que não ia conhecer amigos novos...Fomos na papelaria e compramos tudo o que ele escolheu, de Homem Aranha a Hot Weels, pra ver se incentivava. Ficou passeando o tempo todo com a mochila nova de rodinhas pela casa. E eu fiquei até meia-noite encapando e etiquetando tudo, bordando letra, montando e imprimindo apresentação do caderno de recados com ursinhos, toda caprichosa como gosto de fazer.
O primeiro dia na escola mostrei onde ficava o banheiro dos meninos, a cantina, o bebedouro e expliquei como tudo funcionava. Ele ficou todo encantado de eu falar que o sino tocava pra aulas começarem e terminarem (engraçado que acho que ele nunca prestou atenção no da escola que tem aqui perto). A diretora deu as boas-vindas e foi chamando os nomes que compunham cada sala das referidas professoras. Meu coração se apertou, sei lá, meus olhos encheram de lágrimas, uma dó em deixar meu pequeninho naquela imensidão pra ele...mas me segurei, não podia chorar na frente dele e passar essa insegurança.
Quando chamou o nome dele, fui levá-lo até a professora que o elogiou de lindo e lhe deu um beijo. Falei pra ele dizer oi pra tia nova, mas ele fechou um bicão tão grande franzindo a testa de raiva! Esperei entrarem pra ver qual era a sala dele e vim embora tratar do pintinho e fazer almoço pra ocupar a cabeça e não pensar tanto no que podia estar passando com ele.
Como sou muito da apavorada, cheguei 20 minutos antes do horário pra buscá-lo. De repente, ele aparece da quadra todo alegrinho, num sorriso tão grande, uma felicidade, dizendo que ia tomar água. Voltou falando que gostou da escola e a tia até tinha dado pirulito e massinha de presente. Meu alívio foi tão grande que ninguém tem idéia...Graças à Deus.
Ele tava fazendo aula de educação física. Brincando de estátua e morto-vivo. A professora se mostrou muito paciente com as crianças, daquelas que tem dom pra coisa. Ah, que Deus conserve essa impressão assim. Gustavo pra fazer o morto até deitava no chão e pra correr se esparramava pra longe da turma. Não quis tomar a sopa da escola, daí disse que comeu o pão que eu tinha preparado pra ele comer no caminho e ele não quis. O leite não tomou porque coloquei no copo antivazamento e que umas meninas ficaram cochichando que ele era bebê por causa do bico da tampa, pode? Sempre tem umas menininhas assim na escola, né? E o pior é que ele tem ficado sistemático com isso. Na volta, não quis a minha sombrinha porque outras meninas na pracinha falaram que ele tava de sombrinha rosa. E nesse horário tá um sol de rachar. Tive que comprar um guarda-chuvinha pra ele.