No ano de 2004, um primo meu se casou e fomos até Mogi novamente. Passamos a mesma confusão pra se arrumar, mas faz parte e valeu a pena. Foi outro casamento lindo (como todos são) e uma festa ótima (com o mesmo buffet de churrasco do casamento da irmã dele) que pude aproveitar um pouquinho menos, pois com Gustavo com 1 ano e 6 meses numa curiosidade e espírito de aventureiro que só, já saía correndo por todo salão e pelo gramado. O lugar era lindo, numa chácara com um lago, aí os cuidados dobraram. No início ele ficou sentadinho com um baita espetinho na mão e acabou quebrando um copo no chão de tanto que meu pai gritou que ia derrubar, o menino assustou e deixou cair mesmo. Meu deu tanta raiva. Tem horas que haja paciência com esses adultos... Depois disso, fomos pra São Paulo. Meu pai me forçou a ir porque, disse ele, lá com certeza eu arrumaria emprego. Fui com esperança, é claro. Já na segunda-feira ele foi comigo na Força Sindical. Chegamos umas 6:00 da manhã e tinha umas 2000 pessoas, minha senha era 1883. Fui atendida ás 17:00 e se não fosse um pacote de bolacha que levei, estaria sem comer nada porque meu pai só tava fazendo bicos e o dinheiro era pouco. Tinha 1 vaga pra Engenheiro civil que não exigia experiência. Peguei o último encaminhamento que tinham, mas já perdi as esperanças quando me perguntaram de carta de motorista, que não tive oportunidade de ter até hoje...Liguei pra marcar a entrevista e o homem disse ter umas 40 pessoas pra seleção. Só fui pra ver como era uma entrevista. O lugar era do outro lado da cidade, deserto, esquisito. O homem me pediu e-mail, nº de celular...nada disso eu tinha. Disse que gostou do meu perfil, que sou comunicativa e dinâmica, mas que precisavam de alguém com habilitação. Já era de se esperar...Demais vagas, o mínimo que exigiam era 2 anos de experiência. E ninguém dá uma chance...Vagas pra trainee apareceram bem dizer agora e pela internet é mais fácil saber, mas eu não tinha acesso. Minha prima disse que eu deveria ter feito um estágio em alguma empresa que contribuiria para experiência. Como, nesse fim de mundo que não tem empresa de engenharia? Agora que tem algumas, mas pelo nº de alunos não dá pra empregar todo mundo. Os Engenheiros da cidade que trabalham autônomos (que não são poucos, é como bar: tem um em cada esquina) vivem no regime do salvem-se quem puder! A condição é acompanhar alguma obra como fiz, só pra cumprir a grade curricular (sem a mínima esperança de remuneração). Outra que o curso aqui é integral, fica difícil. A maioria do pessoal que estudou comigo já estava encaminhado (pelos pais, tios, etc) ou já tinha o seu Q.uem I.ndica. Eu sou filha de um pedreiro que trabalhou a vida toda autônomo e só me formei com muita luta, através de bolsa. Esse mundo é muito injusto mesmo.
Resolvi procurar de outra coisa, mandei fazer um outro currículo de secretária, recepcionista, auxiliar, qualquer coisa assim. Saí com minha irmã um dia inteiro entregando nas agências da Lapa e no Centro. Teve prédio de subir 10 andares pela escada pra ir mais depressa por causa da fila no elevador.
Minha irmã, coitada, foi atrás de 1 vaga de chefe de recepcionista e atendente que prometia um salário de R$1400,00, sem experiência. Ainda perdeu mais 2 dias e 6 passagens de ônibus, porque só depois disso foram avisar que teriam que sair na rua e vender um plano odontológico de R$1600,00 pra alguém à vista, pra receberem a tal vaga. Vê que maracutaia, ainda brincam com a cara de quem está no desespero! Isso é caso de cadeia pra esse povo. O pior é que tem anúncio dessa porcaria até hoje no jornal e no mesmo endereço.
Bom, o meu filhinho, nessa época pegou gosto pelo Jota Quest. Era só ouvir na rádio que cantava: 'Quero um amor maior...amor maior que eu' Só essa parte, mas era de babar em ver. Enquanto estávamos em casa, o Anderson trazia uma maquininha de cortar cabelo pra cortar o do Gustavo (Ainda caí no mesmo erro mais vezes, mas estávamos sem grana). E em São Paulo, o Gu se lembrou, passava a mãozinha no cabelo fazendo barulhinho e falava: 'Papai...'Outro dia pegou o álbum de fotografia e ficava quietinho sentadinho na escada olhando uma foto do pai com ele no colo e falando baixinho: 'Passear papai...Passear papai...' Tava com saudades...
O Anderson não tem muita paciência, nem procura compreender coisas de criança, tem horas que quer que o menino já tenha nascido sabendo e se comporte como adulto; mas quase sempre está disposto a fazer farra. É daqueles que joga bola, ensina brincadeiras e corre pela casa até pingar em suor, como moleque também. O Gustavo tem uma admiração por ele de emocionar a gente. Até meu sobrinho, nem dá bola pro pai dele pra ficar com o Anderson!
2 Comments:
Rô minha linda, quantas saudades, eu andei um pouco deprimida, não sei explicar porque, mas desde que Guto nasceu eu tenho me sentindo assim, meus filhos me dão tantas alegrias, mas é algo que nem consigo entender. e com isso dei um tempo no blog, mas mesmo sem vir aqui, nunca esqueço sua história, vc é uma lutadora e por isso te adimiro muito, e eu fiquei aqui babando com as fotos do seu foguetinho novinho, ai meu deus que lindo,
amiga prometo que vou voltar mais vezer, e vou tentar atualizar meu blog ao menos uma vez por semana, mil beijos e muita força
Oi Ro, rodou mto em Sampa hein, lembrou eu e minha irmã Fê, a gnt tentava qse todos os tipos de emprego e salarios, faziamos roteiros de ir andando de uma agencia pra outra pra economizar passagem, mas e ai, no fim das contas vc voltou pro fim de mundo????kkkkk, aki todos amam o papai, brincam, bagunçam,c ele...mas nenhum deles fica sem mim, são um grude, e qdo teem oportunidade vão tudo dormir comigo, é q tem dias q o ju trabalha a noite...bjos!!!
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