Gustavo tá numa dessas. Passei uma vergonha com ele outro dia...Fomos visitar a tia Geralda (única irmã do meu avô que mora aqui) com minha mãe. Deram um picolé pra ele lá, do mais caro heim! pra agradar. Tava um pouco mole e ele deixou cair um pedaço no chão. Chegou perto da gente gritando: 'Ah não! Porque vocês me dão sorvete mole pra comer!' E jogou o pedaço com tudo no pé da gente. Eu não sabia onde enfiava minha cara. Nunca na vida senti tanta vergonha. Foram buscar outro picolé e eu levei ele num canto pra brigar, a vontade era de dar uma boa surra na mesma hora. Chegamos em casa e eu me tranquei no quarto com ele, e bati na bunda dele (dessa vez não tinha outro jeito) e falava porque ele tava apanhando, pra ele nunca mais fazer aquilo, que ele devia agradecer quando ganha alguma coisa, falei um monte mesmo. Minha vontade é de nem sair com ele mais, viu. Tá difícil mesmo.

Cismou que quer viver de bolacha e leite. O leite eu desconfio que ele bebe pra matar a sede no lugar da água, se deixar vai o litro todo numa tarde. Teve um daqueles programas sociais na escola aqui perto e passei no pediatra. Maravilhoso, por sinal. Atencioso, que gosta de criança e do faz. Me disse que o problema dele é somente querer chamar atenção. Que é pra eu fazer o que eu sei que ele come, colocar pouco no prato (e isso eu sempre soube e fiz, nunca quis entupi o menino de comida achando que o estômago dele é do tamanho do meu) e é pra sair de perto. Porque se eu permaneço, ele vai argumentar até conseguir deixar de comer a comida. E sabe que dá certo! O pai dele acha que tem que dar na boca, mas sempre perde a paciência quando vê o menino até cuspir a comida com nojo. Eu deixo o prato na frente dele e imponho que se não comer tudo, não vai ter mais nada e saio. Ele come. Com a mão, a mistura primeiro, a comida quase congela de fria, mas come tudo no final. E longe de achar que venci esta guerra, olha o que ainda me espera:

A partir dos 8 anos, a rebeldia dos 3 anos volta à tona, mas os ataques de mau humor parecem mais intensos. A criança espera ter todas as respostas, todos os desejos atendidos, toda a atenção do mundo. Esse período costuma durar até o fim da puberdade.Os pais precisam ter muita calma e paciência para ensinar, argumentar e perceber o que está ocorrendo. “Quando não há o que acalme seu filho, o melhor é impor limite dizendo para parar com o mau-humor” orienta a Patrícia Victo.Se nada mudar o comportamento instável do seu filho, a conversa com um profissional especializado em desenvolvimento infantil pode ajudar. Mas é preciso cuidado, pois é comum dizer que a criança é hiperativa ou deprimida. Casos de mau-humor que levam à depressão são raros. Motivo de preocupação somente quando esse baixo-astral atrapalhe nas atividades que dão prazer a criança e isso se mantenha por pelo menos seis meses.“O mau humor tem origem normalmente num estresse escolar, como dificuldade de aprendizado ou de relacionamento. A criança não consegue resolver o problema sozinha. É difícil ser adulto”, comenta a profissional.

Por outro lado, Gustavo tem sido muito responsável com as lições de casa. Ele sempre se lembra que tem que fazer, já preparando tudo e me requisita, ameaçando fazer sozinho caso eu não vá ajudá-lo no mesmo instante. Deus o conserve assim.
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