***s2***Meus foguetinhos***s2***

Tenho por objetivo,além de registrar doces lembranças,dividir experiências e compartilhar alegrias com mamães corujas como eu.

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Fiz um teste uma vez que me definiu como mãe superprotetora que vê perigo em tudo e que gosta de cuidar de perto. Sou a mãe mais orgulhosa deste mundo! Tenho 32 anos, sou Engenheira civil, profissão que amo de paixão. Não sou dona de casa por mais que tente...mas sou mãe de dois molequinhos que dão um trabalhão porém compensam de tanto orgulho e alegrias.

domingo, dezembro 02, 2007

Relações trabalhistas

Eu fico a me perguntar o que passar pela cabeça desses pequenos empregadores aqui da cidade, mesmo uns de médio porte...Capacitação e competência aqui não têm valor.
Quando minha irmã tava passando pelo processo de experiência de uma rede de supermercado aqui e foi pedir pra supervisora deixar ela na padaria, a mulher confessou que a intenção dela era de pô-la no caixa porque tem boa aparência...
Olha, eu estudei um pouco de administração e empreendedorismo na faculdade e, tudo bem, esta tática pode até dar certo em determinado ponto; mas eu já acho muita ‘negligência, preguiça e falta de competência’ dos empregadores em praticar outra forma de marketing pra sua empresa. Sem falar no preconceito.
Sei que os lucros são deveras importante no objetivo de qualquer negócio e é correta essa meta, mas as pessoas têm deixado de lado a humanidade que pode haver por detrás de uma empresa. Você vai gerar empregos, que por sua vez vai envolver toda uma vida de uma pessoa tanto quanto o seu negócio vai ser na sua vida. Você pode dar uma oportunidade de sustento a um (a) chefe de família alimentar os filhos, ao invés de uma patrícia ou mauricinho em suas vãs vaidades...ou, que seja um jovem, mas que irá ajudar os pais e poder investir nos estudos...Caráter deveria ser o critério.
Eu tenho dado muito valor quando entro num estabelecimento e encontro uma atendente negra, ou gorda, ou que não seja uma modelo, mas que me atende com um sorriso no rosto e simpatia, isso é o que realmente importa. Ao invés de chegar a ponto de se debruçar no balcão e elas olharem pra tua cara, não dar a mínima e ficar de papo com as amigas. Bom atendimento vale muito mais que um rostinho bonito.



Mudando um pouco o foco, me lembrei de uma cena que presenciei num supermercado, já vivi algo assim e acho completo absurdo: a falta de humildade de algumas pessoas que são atendidas (têm seus direitos que também são abusivamente violados em certos estabelecimentos), mas também se acham com o ‘rei na barriga’ e só falta exigir tapete vermelho, quando são menos que nós, ou que seja maior, simplesmente não respeitam o próximo.
Tava eu numa fila do setor da padaria com meu pai e a atendente, coitada, numa correria danada, tendo que repor a remessa de pães, preocupada com a fila crescendo e toda atrapalhada, seguindo toda aquela regra de higiene na frente dos clientes de tirar de um cesto enorme e pesado os pães com uma pinça...Um senhor (pra não classificá-lo como merece, porque o termo deveria ser: cavalo) começou a dar um chilique, reclamando às paredes, na cara da moça, sem se dirigir à ela, que era um absurdo aquela moleza e etc...fez questão de humilhar. Depois ainda ficou escolhendo um e outro pão, falando com uma estupidez danada. E ela engolindo a seco o choro, atendendo ainda com educação. Também me pergunto: Pra quê isso? O povo não se compadece mais, não se põe no lugar dos outros...Eu digo com certeza que já é uma humilhação ela estar lá pra servir as pessoas com tantas regrinhas e pegação no pé de patrão, por um salário que é uma pouca vergonha, pra quê tratar assim? Precisa mais? Juro que fiquei me coçando pra dar uma lição de moral no homem! Se ele tava com pressa de tirar o pai da forca, porque então foi comprar pão? Ou alguém morreria de fome de esperar 2 minutos?
Passei por algo similar na loteria. No sistema, há um meio de a pessoa pagar a conta de telefone apenas dando o número; quando fazem parcelamento, é o único jeito. No entanto, chegou uma senhora (também não a classificando como merece) e não citou que era parcelamento. Porque a pessoa faz o acordo e a companhia manda ir à lotérica, mas não diz que vão lançar no sistema uns 3 dias depois. Eu disse o valor total e ela confirmou que era. Agora queria que eu adivinhasse que foi parcelado? Tem gente que acha que a gente tem que ser vidente também...(que nem um médico espírita que temos aqui, você entra no consultório e ele já está com a receita na mão...rs).
Depois que recebi no sistema (e isso não tem jeito de estornar), que a dita cuja me diz que era parcelado...Fez o escarcéu, chamou a patroa e tudo, aí ficou dizendo que eu não tinha ‘competência’ pra estar ali. Pois é, tenho competência pra muito mais! Tudo bem, alguém pode me jogar na cara que se tivesse competência, estaria exercendo minha profissão ao invés de atrás daquele caixa...Mas cursei uma faculdade e devo ter mais conhecimento que ela. E tem mais: aos olhos de Deus somos todos iguais, seja com mais ou menos dinheiro, com mais ou menos estudo, com mais beleza ou sem, com mais saúde ou sem, estamos no mesmo nível de insignificância e de importância pra Deus!
Minha situação eu encaro assim: eu tenho sim muita competência e capacidade, só não tive oportunidade. Sou mulher, mãe, ainda solteira, tinha um namorado desempregado e estudando pra tentar melhorar, moro numa cidade onde existem profissionais em cada esquina e numa concorrência desonesta, foi o jeito que tive de arrumar dinheiro!
Quando me formei, imaginava me empregar e aí fazer uma especialização que estivesse no seguimento da empresa. Pra tanto me ajudar a crescer na empresa como ajudá-la também com mais conhecimento de minha parte.
O mundo está cada vez pior, o mercado de trabalho tem exigido especialização, você se especializa e aí te exigem experiência na área...e assim vai essa bola de neve. Quantas vagas estão sobrando nas capitais, tanta gente desempregada á procura, e não são ocupadas pelas infindáveis exigências!
Lá em Brasília vivem dizendo: todo mundo na escola, universidade pra todos. Tá, aí vamos ter uma ‘nação de profissionais’ catando papelão na rua! Revirando lixo! E emprego pra tanta gente?
A área da construção civil esta à todo vapor, mas pensem: é oportunidade pros pedreiros, serventes, eletricistas, etc...Basta 1 engenheiro pra tocar até meia dúzia de obras com uns 30 peões cada. E se a empresa for grande, uma meia dúzia no escritório se dedicando a cada parte dos projetos, bastam. Em outras áreas da engenharia se dá o mesmo. Daí temos 30/35 profissionais se formando a cada semestre só na faculdade aqui da cidade. Não é uma conta muito desproporcional, não?
Como diz o seriado: Eu sou uma vítima do sistema.