***s2***Meus foguetinhos***s2***

Tenho por objetivo,além de registrar doces lembranças,dividir experiências e compartilhar alegrias com mamães corujas como eu.

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Fiz um teste uma vez que me definiu como mãe superprotetora que vê perigo em tudo e que gosta de cuidar de perto. Sou a mãe mais orgulhosa deste mundo! Tenho 32 anos, sou Engenheira civil, profissão que amo de paixão. Não sou dona de casa por mais que tente...mas sou mãe de dois molequinhos que dão um trabalhão porém compensam de tanto orgulho e alegrias.

quarta-feira, agosto 01, 2007

A cirurgia - Parte I

Fiquei buscando na Internet tudo o que podia sobre o assunto. O Anderson ficou me xingando que era culpa minha, que era genético da minha família. Aí li que não tem nada a ver com genética. Acontece que depois de a pessoa sofrer alguma infecção forte no sistema respiratório, principalmente criança em fase de crescimento, a reação de defesa do organismo é fazer com que as amídalas e esse tecido adenoideano aumente de tamanho pra proteger o interior do organismo. Quando crescem além de certo grau, pode não voltar ao tamanho original se dando o contrário: passam a provocar as infecções por acúmulo de bactérias. Lembra que isso começou depois que ele esteve internado com 'bronco-pneumonia'.
Os médicos se dividem nas opiniões no caso de se adotar a cirurgia. Uns não aprovam, pois o organismo passará a não ter essa defesa primária que seria importante. Outros já opinam que o organismo possui mais defesas e além de provocar as muitas infecções, isso pode deformar os ossos da face que passam a não se desenvolver da forma correta devido à respiração oral.
Apesar de se tratar de uma cirurgia simples, a pessoa tem alta no mesmo dia, mas mãe já viu. O pior é que eu queria detalhes e não achava nada. Só que o principal risco era a anestesia, citava a intravenosa e a gasosa, mas não mencionava do que era e como agia no organismo. Relatou um insignificante número de hemorragia pós-operatório, que só de ter ocorrido em alguém, já não acho insignificante assim.
Minha mãe, que passou por isso com meu irmão e também ela mesma já operou as amídalas, me preveniu que dava vômito depois que acordava da anestesia, que ficava uns dois dias meio enjoadinho e mole. Minha tia, que já passou por uma cirurgia na coluna, me contou que acordou durante a anestesia e que sentiu os médicos mexendo nela e não conseguia dizer pra ninguém que tava acordada, até forçar dormir de novo. Já fiquei com aquilo na cabeça, e uma criança de 4 anos se passar por isso? Se a anestesia não for suficiente pra mantê-lo dormindo até o final? E a tal anestesia? Eram mil perguntas que pairavam sobre minha cabeça enquanto a tranqüilidade do médico me confortava e apavorava ao mesmo tempo. Ele só respondia e por alto o que eu perguntava e já sabia a resposta de consultar a internet.
Na véspera fui ao supermercado e comprei muitos potes de papinhas, achocolatados, leites fermentados, gelatinas, sorvete, frutas, tudo de mais fácil pra ele se alimentar depois. Tinha que ser tudo líquido ou pastoso e gelado pra ajudar na cicatrização. Fiz o Anderson pedir o dinheiro pro irmão dele. Minha família já tava pagando tudo ora essa! Por um milagre, a mãe dele deu R$30,00 pra comprar os remédios depois da cirurgia. Existe um coração de vó neste momento, debaixo de tanto egocentrismo...
E fui eu, apavorada que só, no dia 5 de outubro de 2006, levá-lo a Santa-Casa. O Anderson xingando que eu tava correndo pra chegar cedo, mas eu detesto atraso e assim ele foi o primeiro. Tinha mais duas crianças pra operar adenóide também. E nessa minha luta que vi o quanto é comum em muita criança e o quanto as mães sofrem atrás de alívio.
Ainda tivemos de esperar o atraso de 2 horas do anestesiologista. Nos meteram num corredorzinho apertado com os vestiários dos funcionários pra botar aquela camisolinha no Gustavo. Ainda pedi pra falar com o anestesiologista pra mostrar os exames pré-operatório pra ele, me atendeu no corredorzinho mesmo e olhou os exames por cima quase se rindo a minha aflição (com tão pouco: na opinião deles) e eu perguntando que tipo de anestesia ele ia aplicar (como se fizesse alguma diferença, sendo que eu não sabia afinal o que era cada uma).
O Anderson que trocou ele no vestiário masculino e ficaram sentados num banco lá dentro. Eu fiquei na porta, olhando pra ele tão alegrinho, brincando todo inocente e aparentemente saudável sem saber pelo que ia passar...Me deu um remorso, uma tristeza tão grande, um medo tão grande...Eu me odeio por isso e acho que deveria passar por uma terapia, mas eu sou muito pessimista, em toda ocasião eu só sei imaginar o pior.
A enfermeira veio pegá-lo e ele se recusou a ir. Eu conversei e ele continuou arredio. Tentei pegá-lo à força do colo do pai dele e entregar logo pra enfermeira. O Anderson me deu um grito: Calma! Segurando o Gustavo com força e quase me jogando longe. E conversou com o Gustavo até que ele aceitou ir numa boa. Imagina se eu désse pra enfermeira à força e ele saísse chorando dando os bracinhos pra gente, o trauma que esse menino não ia ficar...Sei lá o que me deu, eu não conseguia nem chorar pra pôr pra fora aquilo tudo pelo menos. Ainda bem que o Anderson, a muito contra gosto (pois era contra a cirurgia: não suporta a idéia de doenças e hospitais), estava lá e com os pés no chão pra impedir de eu fazer essa maldade, sem pensar e sem querer.

2 Comments:

Blogger Graça said...

Oi!! Rosangela ,fiquei muito emoscionada,com a historia do seu filho, pois eu estou nesse momento ,passando por uma fase muito dificio e gostaria que vc ,me ajudase ,pois eu tenho um filho e vc saber como e dificil tomar essa decisão de operar um filho ,meu filho tem 5 aninhos ,e tem que operar adenoide, pois tenho os mesmo medo que vc teve, me ajude se puder.um abraço!!!! FIque com DEUS! meu email-- mgedudu@hotmail.com

5:22 PM  
Blogger Graça said...

Aguardo resposta ! um Abraço

5:30 PM  

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