A persistência

Fomos duas vezes na Força Sindical e só conseguimos um encaminhamento pra entrevista pra promotora de vendas e ele pra almoxarife. Os salários indignos de pais de família. Eu por exemplo, ia trabalhar pra pagar a escolinha pro Gustavo.
E por falar nisso, não é que ainda não tinha me tocado que o comercial a respeito de criança mais cedo na escola, não se tratava de creche e sim de pré-escola aos 5 anos! Se não fosse minha prima Nanda que se formou pedagoga me dizer, eu tava boiando e meu filho ia perder um ano escolar!

Fui capaz até de enfrentar uma fila que ficou imensa pra entregar currículo numa loja de supermercado pra vaga de caixa. Antes eu não conseguia emprego por falta de experiência na área e desta vez, com 1 ano da dita cuja, não fui classificada pela idade. Tô velha já, é mole? Disseram que contratam somente dos 18 aos 23 anos.
Fiz de novo a via-sacra das agências de emprego da Lapa e do Centro. O Anderson xingando que era humilhação, depois se achava o máximo quando perguntavam a pretensão salarial e ele dizia R$1.000,00. Tudo bem que é o justo, mas ninguém ia querer pagar, né? Ainda me fez ir à pé da 11 de abril até a 25 de março atrás de Galeria do Rock. E nós ali pertinho da Av. São João, pode? Mas eu não conheço muito de andar em São Paulo e descobri aqui na internet depois onde ficava o bagulho. Só sei que assim que entramos na 25, começou a correria do Rapa, o povão tudo desesperado vindo em nossa direção, o Anderson achando que era briga, ficou apavorado e na próxima esquina já virou querendo sair logo dali. Foi até engraçado. Aí não sei como consegui sair, meio que por instinto de paulistana, na praça do correio, mas o instinto falhou na hora de pegar o ônibus. E olha que meu pai avisou, mas não guardei na cabeça. Peguei justo o Brasilândia, que deu a volta no mundo, por ruas que eu nunca na minha vida sonhei que existisse por lá, acho que na Antônia, porque mostra uma Brasilândia que eu não

É, ele é assim: meio anti-social. Foi a criação insana que ele recebeu. Não teve convivência com a família (avós, tios, primos, etc.) e não suporta muito essas reuniãozinhas. Desumano.
Fizeram um almoço lá nessa vó com Virado à Paulista, que ‘minha mãe’ teve que conversar com ele pra ir. Eu louca pra bater ‘aquele papo’ com as primas e colocar as fofocas em dia, a gente fofoca mesmo (ás vezes vira um rolinho, mas aí o tempo passa e família tem dessas coisas e assim é que é bom, que a vida tem graça e que permanecemos unidos); o Anderson no início ficou enfiado no bar com meu pai que precisou ir chamar 3 vezes pra virem comer, depois deu um piti pra ir embora que ameaçou até ir sozinho sem saber direito o caminho. Como sofro.

Depois de apelações, muito estresse e data marcada pra ele voltar (ele insistia tanto e fez questão de ensinar, que o Gustavo chega sabia mostrar o dia direitinho no calendário!); um mês depois, a irmã dele ligou dizendo que tinha chegado a convocação pra ocupar o cargo da prefeitura daqui. Eu chorei de emoção. E ele ficou tão feliz que chega deu um abração na minha vó materna. Fiquei admirada.
Embarcou na mesma noite e eu e o filhote fomos um mês depois com meu pai, de mudança de novo.

0 Comments:
Postar um comentário
<< Home